Epifania, em
grego, significa manifestação. Jesus se manifesta e revela aos reis magos,
vindo do Oriente para vê-Lo e adorá-Lo, oferecendo-Lhe ouro, incenso e mirra.
Jesus quer ser conhecido e amado por todos os habitantes da terra.
Ainda não se
fechou o ciclo no Natal. Alcança novo ponto culminante na liturgia do dia 06 de
janeiro. A festa desse dia ocupa, na Igreja Oriental, o lugar que o Natal ocupa
entre nós. Trata-se da celebração de uma grande idéia: A Manifestação ou
"Epifania do Senhor".
Para tanto,
juntam-se três acontecimentos salvíficos: as homenagens dos Reis Magos do
Oriente, o Batismo de Jesus no Jordão, as Bodas de Caná. Quer dizer, portanto,
três manifestações iniciais de sua Glória.
Para epístola
escolheu-se um dos trechos mais jubilosos do Livro de Isaías: 60, 1-6:
"Levanta-te, Jerusalém, ilumina-te!" Deus farà brilhar a sua luz em Jerusalém, a
tal ponto que os pagãos subirão para esta cidade. Em Jesus, apareceu, de Fato,
a salvação de Deus para todos, em Jerusalém e na Palestina.
O Evangelho da
missa narra o primeiro dos fatos salvíficos celebrados. É uma história que São
Mateus conta no início de seu livro: a primeira manifestação de Jesus a
não-judeus. Ela é a indicação sugestiva de que também o mundo extra-israelita
está envolvido na vinda de Jesus. Por via de um sinal astronômico e de uma
profecia judaica, alguns magos encontraram o Menino com sua Mãe, Maria, e
prestam-lhe honra real. Desde os tempos das catacumbas, tem a arte cristã
representado com predileção essa cena para, por meio dela, expressar a
manifestação de Jesus ao mundo inteiro. O nome popular dessa festa é: "Dia dos
Reis".
A história dos
Reis Magos tem prolongamento na matança das crianças de Belém e na fuga para o
Egito. A morte dos infantes inocentes, que derramaram seu sangue por Cristo, é
celebrada dentro da oitava de Natal, no dia 28 de dezembro. Chama-se "Festa
dos Inocentes". Quanto à fuga do Egito, ela quer significar que Jesus, ao
voltar de lá, segue também os passos de seu povo, quando este outrora marchava
do Egito para a terra prometida. Mateus chama a atenção sobre esse ponto: "...
para que se cumprisse que o Senhor dissera pelo profeta: "Eu chamei meu filho do
Egito" (Mt 2, 15). O povo israelita já se chama "filho de Deus", mas Jesus é "O"
Filho de Deus por excelência. É nele que o povo voltará definitivamente da
escravidão.
Acorramos mais
uma vez ao presépio, em companhia dos reis magos, e ofereçamos também a Jesus,
pelas mãos maternais de Maria Santíssima, o ouro do nosso amor, o incenso das
nossas orações e a mirra das nossas mortificações e paciências.
- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -
- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -
EPIFANIA -
Pelo Pe. João Batista Lehmann (bibliografia na base)
A
Festa que a Igreja celebra, tem o nome de Epifania, isto é, aparição do
Senhor, por apresentar-nos três grandes mistérios, em que Jesus Cristo se
manifestou ao mundo como Filho de Deus e Salvador do gênero humano. O primeiro
destes mistérios é a adoração que os três Magos prestaram ao Menino, em Belém. O
segundo é o Batismo de Jesus Cristo no Jordão, ocasião em que o Pai celeste fez
a apresentação de seu Filho, dizendo: “Este é meu Filho mui amado, em quem pus
minha complacência”. O terceiro, finalmente, é a transformação da água em vinho,
milagre que Cristo fez, por ocasião das bodas de Caná, para manifestar aos
discípulos sua missão messiânica.
Logo após seu
nascimento no estábulo de Belém, Jesus Cristo quis manifestar-se aos judeus e
aos pagãos. Aos pastores, que estavam nos campos vigiando os seus rebanhos,
mandou celeste mensagem, por intermédio dos Anjos, que lhes anunciaram o grande
acontecimento, dizendo: “Não temais; anuncio-vos uma boa nova, que há de ser
para todo o povo motivo de grande alegria! Hoje na cidade de Davi, nasceu o
Salvador, que é o Cristo, nosso Senhor”. (Lc. 2, 10). Aos pagãos
do Oriente mandou a estrela maravilhosa, a anunciar-lhes o aparecimento daquela
estrela profetizada por Balaam, nas palavras: “Uma estrela sai de Jacó, um cetro
levanta-se de Israel, que esmagará os príncipes de Moab”. Os pagãos bem
conheciam esta profecia, e ansiosos esperavam pelo aparecimento da estrela
preconizada. Afinal a viram surgir. Sobressaindo entre as outras, pelo brilho e
a posição extraordinários, chamou a atenção de três homens, conhecidos por
Gaspar, Melquior e Baltazar ou, como a Bíblia os intitula, os três Magos do
Oriente. Iluminados por luz divina, conheceram no aparecimento da estrela o
sinal indubitável do cumprimento da palavra profética de Balaam, e sem demora
trataram dos preparos da viagem, que os levassem à presença do rei dos Judeus
recém-nascido. A estrela servia-lhes de guia. Seguindo-a sem desfalecimento,
chegaram a Jerusalém. Pela primeira vez, ao chegarem à capital de Judá, o astro
maravilhoso se lhes escondeu das vistas, e grande foi a tristeza e não menor o
desapontamento do Magos. Na convicção, porém, de tratar-se de um fato por todos
conhecidos e, julgando que não houvesse na cidade quem não soubesse dar-lhes as
necessárias informações sobre o Rei dos Judeus recém-nascido, confiadamente
entraram em Jerusalém e perguntaram: “Onde está o Rei dos Judeus, que acaba de
nascer? Vimos sua estrela no Oriente, e viemos adorá-lo”. (Mt. 2,
2). Se grande foi o desaponto por não mais ver a estrela, sua fiel
companheira, maior foi a decepção que experimentaram, ao notarem o espanto que
essa pergunta causou às pessoas a quem dirigiram.
A chegada de três
príncipes estrangeiros à capital dos Judeus provocou grande alvoroço na cidade e
na corte real. O rei Herodes perturbou-se sobremodo, não sabendo o que pensar da
inesperada nova. No íntimo começou a recear pelo trono. Reuniu os príncipes dos
sacerdotes e os escribas do povo, para que lhe dissessem algo do
lugar onde devia nascer o Cristo.
Os judeus
conhecedores que eram das profecias, não duvidaram de que teria chegado o
momento do Messias aparecer. Sabiam também o lugar onde, segundo o profeta
Michéas, o Desejado das nações havia de nascer. A resposta dos sacerdotes não
deixou nada a desejar, quanto à clareza, e era concisa nestes termos: Os
sagrados livros dizem: Em Belém, terra de Judá, há de nascer o Cristo; pois está
escrito pelo profeta: “Tu, Belém na terra de Judá, não és por certo a menor,
entre as cidades principais da Judéia; pois é de ti que há de sair o chefe, que
deve governar Israel, meu povo”. Tendo Herodes ouvido a resposta dos entendidos,
mandou vir secretamente os magos, e indagou o tempo exato em que lhes tinha
aparecido a estrela. Depois, mandando-os a Belém, disse-lhes: “Ide, informai-vos
do Menino com cuidado, e logo que encontrardes, vinde dizer-me a fim de que eu
também o vá adorar”. Não era, porém, esta a sua intenção. Falso que era, fingiu
grande devoção e interesse de conhecer o Messias, e figurar entre os primeiros
adoradores, quando sua intenção verdadeira era apoderar-se da criança e matá-la.
Os Magos, cheios de alegria, por ter obtido informações tão claras partiram. A
estrela que tinham visto no Oriente, caminhava diante deles e quando chegou em
cima do lugar onde estava o Menino, parou. Por inspiração divina sabiam, que se
achavam na presença d’Aquele que, nascido na pobreza, era o Rei do Universo.
Entraram na casa,
e aí acharam o Menino, com Maria, sua Mãe. Tomados de profundo respeito,
prostraram-se por terra e adoraram ao menino, como Deus e Salvador do mundo. Em
seguida abriram os tesouros e ofereceram ao divino Infante ouro, incenso e
mirra.
Cumprindo-se a
profecia do rei Davi, que diz: “Reis de Tharsis e das ilhas virão oferecer-lhe
presentes; os reis da Arábia e de Sabá trarão oferendas”. (S. 71,
10). Sobre o tempo que os Magos permaneceram em Belém, os Santos Livros
nada dizem. Nada sabemos o que entre eles e José e Maria se passou. É, porém,
provável, que se tenham demorado na cidade de Davi e que José e Maria lhes
tenham referido tudo que se passara nos últimos dias, antes de sua chegada do
Oriente.
Tratando da
volta, quiseram, como a Herodes tinham prometido, passar por Jerusalém. Um Anjo,
porém, apareceu-lhes dando-lhes a ordem expressa, que tal não fizessem.
Obedientes a este celeste aviso, voltaram por caminho diferente para sua
terra.
É fora de dúvida
que os Magos tenham comunicado aos súditos o aparecimento do Salvador e com eles
se tenham convertido à religião, de que se confessaram fiéis discípulos até o
fim da vida. Um autor antiqüíssimo, na explicação que faz do Evangelho de São
Mateus, diz que o Apóstolo Tomé os batizou na Pérsia e com eles milhares de
súditos. Uma tradição existe, segundo a qual as relíquias dos Magos foram
transportadas para Constantinopla, e de lá passaram para Milão, de onde, no
século 12, o Imperador Frederico Barboroxa as transladou para Colônia, em cuja
majestosa Catedral são até hoje veneradas.
Reflexões:
Os três Magos são, com
toda razão, chamados as primícias da nossa fé, e sua festa é digna de ser
celebrada com a maior solenidade, em sinal de alegria, por Deus ter chamado
também os pagãos, ao conhecimento da religião de seu filho Unigênito. “É um
benefício imenso, que Deus me fez, ter-me chamado à existência num tempo e numa
terra, onde reina a verdadeira religião”, diz Santo Agostinho. “Milhares e
milhares de homens vejo, que não tem esta felicidade. Quantos milhões são ainda
pagãos?” – Agradece de todo coração a Deus a graça de tua vocação cristã e
procura tornar-se cada vez mais digno da mesma.
* * * * * * * * *
Nenhum comentário:
Postar um comentário