litúrgica - 30 de
setembro. Também nesta
data: São Simão de Crépu e São Gregório
"Portanto, em virtude desta Carta, declaramos e promulgamos edição "típica" a Nova Vulgata (grifo nosso), sobretudo para seu uso na sagrada liturgia, mas também, como dito, para outras finalidades".
SÃO
JERÔNIMO, célebre na Igreja pela
virtude, pelo rigor e ciência, nasceu no ano de 331, em Stridônio, perto de
Aquileja e recebeu uma sólida educação, segundo os princípios da Religião de
Cristo. O pai Eusébio era rico e piedoso.
Jerônimmo desde pequeno revelou um talento privilegiado e muita propensão para a
vida ascética (Pessoa Devota Que Acredita). Moço ainda, foi para Roma, com intuito de continuar os estudos e
rápidos progessos fez, sob a direção do mestre Donato, que era pagão.
Costumava visitar todos os Domingos os túmulos dos Santos Mártires.
A ciência pode mui facilmente ser um perigo para o homem. Esta verdade
experimentou-a Jerônimo, o qual, vendo-se tão avantajado entre os condiscípulos,
se encheu de orgulho e vaidade.
Por uma graça especial divina, não enveredou pelo caminho do pecado. A conversão
de Jerônimo começou com a compreensão das coisas divinas e com o santo batismo,
para o qual se preparou com todo o fervor. Fez o firme propósito de fugir de
tudo o que pudesse roubar-lhe a graça batismal.
No desejo de ampliar e aprofundar seu saber, visitou todas as escolas maiores da
França, e chegou a Trèves, onde existia uma das escolas mais célebres, fundação
do Imperador Graciano. Foi lá que Jerônimo abandonou as ciências profanas, para
se dedicar mais à vida religiosa; nesta ocasião fez o voto de castidade
perpétua. Em 370 entrou para um convento em Aquileja, onde escreveu algumas
obras. Em Roma conheceu o célebre Evrágio.
Para satisfazer um desejo íntimo de viver na solidão, resolveu fazer uma viagem
ao Oriente, onde, em companhia de Evrágio e de alguns amigos, visitou diversos
eremitas.
De Antióquia dirigiu-se ao deserto de Chaltis. Num tratado que escreveu sobre a
virgindade, fala das horríveis tentações que o incomodavam, provocadas pela
lembrança das festas e divertimentos a que assistira em Roma. Para debelá-las,
praticou severas penitências e começou o estudo da língua hebraica, que
oferecia grandes dificuldades. Além do hebraico, cultivava o grego e o
caldaico.
Muitos aborrecimentos teve por causa de alguns hereges e apóstatas que o
perseguiam, a ponto de se ver obrigado e deixar a solidão e voltar para
Antióquia onde, das mãos do Patriarca Paulino, recebeu a ordenação
sacerdotal.
De Antióquia fez uma romaria aos Santos Lugares e escolheu Belém para sua
residência. Durante o tempo que lá morou, se dedicou ao estudo
bíblico.
No ano de 381, a convite do Patriarca Paulino, fez com este uma viagem a Roma,
onde ficou até a morte do Papa Dâmaso, que o escolhera para secretário
particular.
O modo enérgico com que verberavca a vida dissoluta de muitos cidadãos romanos,
criou-lhe inimigos até entre o próprio clero. Voltou outra vez para Belém, onde
continuou os trabalhos científicos. Lá fundou um mosteiro para homens, que ele
mesmo dirigiu, e outro para mulheres, cuja alma eram duas damas romanas, Santa
Paula e Santa Eustóquia. Em diversas ocasiões teve de terçar armas contra os
Pelagianos, Luciferianos, Originistas e outros hereges.
Em 410 vieram ao Oriente diversas famílias romanas, em procura de um asilo,
visto que Roma tinha sido tomada por Alarico. Jerônimo comoveu-se muito com a
triste sorte dos pobres foragidos e tudo fez para suavizar-lhes os sofrimentos e
melhorar-lhes a penosa situação.
Foi nesse tempo que Jerônimo completou a célebre tradução dos livros do Antigo
Testamento, do grego para o latim, tradução chamada "Vulgata", que a
Igreja adotou como versão oficial dos santos livros. Acontece que sua
residência e alguns conventos que administrava fossem atacados e destruídos por
bandos de Pelagianos. Não obstante, Jerônimo deixou-se ficar em Belém, onde
continuou os estudos e trabalhos bíblicos que lhe imortalizaram o nome na Igreja
Católica. Rodeado de inimigos e por eles continuamente perseguido, gozava da
estima dos bons cristãos, que nele tinham um verdadeiro pai e
defensor.
Jerônimo morreu no dia 30 de setembro de 420 na idade de 90 anos. As relíquias
foram mais tarde trasladadas para Roma, onde repousam junto ao presépio de Nosso
Senhor na Basílica de Santa Maria Maior. Santo Agostinho, discípulo e amigo
íntimo de São Jerônimo, compara o mestre com São Paulo, igualando-lhe o zelo
apostólico e amor a Jesus Cristo aos do grande Apóstolo. São Jerônimo é um dos
quatro grandes Padres da Igreja do Oriente.
REFLEXÕES
-
E na seqüência,
notas sobre a "Nova Vulgata"
Nós, da equipe da
Página Oriente, não poderíamos deixar de fazer alusão, neste dia de São
Jerônimo, ao que consideramos o fundador deste portal, Carlos Mariano de Miranda
Santos, que entregou a alma a Deus no dia 03 de setembro de 2007, mês da
Bíblia. Ao sugerirmos uma frase para ser posta na página principal para este mês
ele, já enfraquecido pelo estado terminal em que purificava a alma, balbuciou o
que seriam suas últimas palavras: "A Vulgata de São Jerônimo, pela sua pureza, é
a verdadeira Palavra de Deus".
Devotíssimo de Maria
Santíssima, Carlos Mariano dedicou os último 30 (trinta) anos de vida ao intenso
estudo das Sagradas Escrituras. Deus agraciou-o, levando-o para a eternidade no
mês da Bíblia. Dizia ele que, tanto mais se estuda a Bíblia, tanto mais
apaixonado se torna o homem por ela. Nutria intensa devoção a São Jerônimo.
Era a Vulgata, era seu livro de cabeceira. Até o dia que declinou sua saúde,
permaneceu em tempo integral, estudando, compilando, comparando e digitando a
Bíblia Sagrada. Digitou linha por linha, primeiramente o Novo Testamento e
partiu na seqüência para o Antigo. Conduzindo-o a doença coercitivamente ao
leito de morte, quando concluía o Livro dos Reis, sempre buscou nesse trabalho,
aproximar-se ao máximo da versão oficial da Vulgata de São Jerônimo, recorrendo
à versão latina e especialmente à obra da Vulgata traduzida pelo Padre Antônio
Pereira de Figueiredo, atualizando o português, haja vista sua publicação
original ter-se consumado no final do século XVIII, onde muitos termos da língua
vernácula tornaram-se obsoletos, ora pelo desuso, ora pelas mudanças
gramaticais. Os filhos continuam atualmente a digitação dos Livros restantes
para que possa ser publicada futuramente, conforme a vontade do fundador,
gratuitamente em nosso portal, através de publicação on-line e software
eletrônico que está sendo elaborado em nossa redação, com a melhor tecnologia
que pudermos empregar.
Defensor constante da
Igreja Católica, vigiava com atenção as discrepâncias observadas nas traduções
atuais da Bíblia, citando, inclusive, em seu livro (Livro Oriente - 1998), a
advertência a respeito, que fez um famoso pastor protestante convertido ao
catolicismo:
A fidelidade ao
original de São Jerônimo nos primeiros capítulos da Bíblia, para ele, trazia não
mera contraposição entre o texto grego ao latino, como o quiseram fazer crer
muitos teólogos da atualidade, mas a inspiração do Espírito Santo, de quem
Maria é Esposa. A origem dos estudos bíblicos que fez, intensificava-se na
proporção em que detectava movimentos sutilmentes malignos, cujo escopo era
deturpar a Palavra de Deus, e concomitantemente tirar de foco a Mulher que por
Deus foi incumbida em esmagar a cabeça de Satanás no final dos tempos.O
principal deles, alude à passagem original de São Jerônimo, recentemente
desfigurada por teólogos modernos: “Porei inimizades entre
ti e
a mulher, entre
a tua descendência
e a descendência dela. Ela (PRÓPRIA) te esmagará a cabeça e tu armarás
traições ao seu calcanhar
- Inimicitias ponam inter te
et mulierem et semen tuum et semen illius;
IPSA conteret caput
tuum et tu insidiaberis calcaneus eius” -
(Cf. Gen III, 15).
O IPSA (Ela
própria) , as traduções
luteranas adulteraram para IPSE (Ele) já desde os idos da reforma luterana. Ação
pior, porém, viria a ocorrer nas últimas décadas, onde muitas edições católicas
contemporâneas apelaram para a forma neutra - IPSUM, onde o leitor fica à
vontade para escolher o que melhor lhe convier - Ele, Ela, este, esta - seja
ele católico, luterano, evangélico, enfim, de qualquer denominação cristã. Fatos
que, para quem conheceu a personalidade e as convicções católicas de Carlos
Mariano, suscitavam justificadamente sua irritação diante da maldade sutil
daqueles que perpetravam manobras absolutamente inteligentes, visando atingir o
calcanhar de Nossa Senhora, cumprindo-se neles a profecia contida exatamente
naquele trecho. Nossa Senhora, a Nova Eva, Imaculada, sem pecado original,
designada por Deus a esmagar a cabeça da serpente, foi tirada de cena, num ato
de violência perpetrada por protestantes e também "católicos inovadores", em
aberta oposição à tradução de São Jerônimo, tudo em nome de um
"ecumenismo" voltado à uma falsa política da boa vizinhança, onde a invasão
mútua de território trouxe por conseqüência a contaminação da Palavra de Deus
pelas aludidas adulterações.
"O magnificente Santo Agostinho, discípulo e amigo de São Jerônimo,
não se furtou em compará-lo com São Paulo, igualando-lhe o zelo apostólico e
amoroso a Jesus Cristo. É a São Jerônimo, que nasceu para a eternidade no ano de
420, que se deve o coerente e significativo “Ipsa conteret – Ela própria
esmagará” (Cf. Gen. III, 15). É Maria Imaculada, por determinação de Jesus,
que pisa a cabeça maligna, co-responsável pela queda de Eva no paraíso. São
Jerônimo viu com clareza meridiana, que a justiça, quer Divina, quer terrena,
requeria o soerguimento da mulher decaída, pois quem prevaricou foi Eva e
infeliz, induziu Adão. A nova Eva, a Mulher forte Maria, teria que reparar a
fraqueza da antiga Eva".
Outras adulterações lhe causavam a mesma irritação, pela
deturpação advinda pelo conluio de lideranças. Pressões das quais o Papa não
será responsabilizado no dia do Juízo, caso venha a ceder às nossas pressões,
aludindo a "dureza do coração humano", citada por Jesus quando o povo quis
responsabilizar Moisés por ter conferido carta de divórcio ao
povo:
"Por outro lado,
a maioria das Bíblias atuais, sejam católicas, sejam protestantes, após um
conluio de lideranças, num inequívoco jogo de compadres e comadres, concluíram
“por bem”, substituir o termo “SACRAMENTUM” por “MYSTERIUM”, dentre outras adulterações, com
a finalidade de provarem ao mundo que a Igreja
não é tão radical quanto propalam. Moisés, sentiu na carne as mesmas pressões e acabou por ceder, dando ao povo
judaico o “libelo de repúdio”. Jesus condenou a Moisés, por essa aparente
fraqueza? Absolutamente. Vejamos o que diz Jesus: “Porque Moisés, por causa
da DUREZA DO VOSSO CORAÇÃO, permitiu-vos repudiar vossas mulheres; mas no
PRINCÍPIO não foi assim” (Cf. Mt XIX, 8). Se Jesus não condenou Seu
profeta, muito menos há de condenar o Seu Representante na
terra;"
CONSIDERAÇÕES
SOBRE A "NOVA VULGATA"
A Bíblia Oficial da
Igreja Católica, continua sendo, até os dias atuais, a Vulgata de São Jerônimo.
Por ocasião do Concílio Vaticano II, o Papa Paulo VI estabeleceu uma comissão
especial, por mandato do Concílio Ecumênico Vaticano II, com a finalidade de
revisar as diversas traduções bíblicas, para facilitar um texto que pudesse
facilitar os estudos bíblicos, especialmente onde fosse difícil as consultas em
bibliotecas especializadas. Em 22 de dezembro de 1977, o Papa Paulo VI assim
expressou-se aos cardeais e prelados da Cúria Romana:
"Se pensa em um texto - acrescentamos - que respeite a letra da
Vulgata de São Jerônimo, quando este reproduz fielmente o texto
original, tal como resulta das atuais edições científicas; será
prudentemente corrigido quando se aparte dele ou não interprete corretamente,
empregando com efeito, a língua da latinitas bíblica cristã, de forma
que se harmonizem o respeito às tradições e as sãs exigências críticas do nosso
tempo." (AAS
59, 1967, págs. 53 ss.).
O Santo Padre, o Papa
Paulo VI partiu para eternidade antes que os trabalhos fossem finalizados.
Eleito ao Pontificado, de curta duração, o Papa João Paulo I exprimiu que a
Pontifícia Comissão enviasse o texto para revisão dos bispos que estavam
reunidos em Puebla, mas faleceu em seguida. Assumindo o Papa João Paulo II, ao
receber os textos com todas as revisões e interposições, nestes termos a
promulgou:
"Assim,
pois, a obra que tanto desejou Paulo VI e não pôde ver terminada, a que
prosseguiu com tanto interesse João Paulo I, que havia determinado que o volume
dos Livros do Pentateuco, revisados pela mencionada Pontifícia Comissão, se
enviaram como obséquio aos bispos que se haviam de reunir na cidade de "Puebla",
e que nós mesmos temos esperado com muitos outros no todo orbe católico, nos
satisfazemos em entregá-la agora, já editada à Igreja". "Portanto, em virtude desta Carta, declaramos e promulgamos edição "típica" a Nova Vulgata (grifo nosso), sobretudo para seu uso na sagrada liturgia, mas também, como dito, para outras finalidades".
Verifica-se, assim, que o Papa João
Paulo II não a promulgando como edição oficial, mas como edição
"TÍPICA" (que serve de tipo, característico, alegórico, simbólico),
deixa-nos claro que a Bíblia oficial continua sendo, para toda a Igreja, a
Vulgata de São Jerônimo.
* * * * * * * * *
* Referências:
Biografia - Na luz Perpétua, 5ª. ed., Pe. João
Batista Lehmann, Editora Lar Católico - Juiz de Fora - Minas Gerais, 1959.
Reflexões e Considerações sobre a Nova Vulgata -
por PaginaOriente.com
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