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16 de dezembro de 2012

São Melquíades (Pontificado: 311 - 314) ,Santa Adelaide, Imperatriz

 
Sucessor de Santo Eusébio, São Melquíades era natural da África, assumindo o trono pontifício em Roma em 311. Sofreu dura perseguição durante o governo de Maximiano, sendo estes talvez os anos do declínio das perseguições implacáveis contra a Igreja de Cristo. Tudo levava a crer que São Melquíades seria mais um Papa a entrar no rol dos mártires, o que não se confirmou. Pelo contrário, teve a oportunidade de presenciar a paz que o imperador Constantino, recém convertido, trouxe à igreja e ao mundo em 312. Morreu quando a Igreja , portanto, já vivia tempos mais tranqüilos. 
 
Reflexões
São Melquíades, nas mãos de Deus, representou ser um instrumento fortíssimo. Uma verdadeira coluna apoiada sobre duas bases: a da coragem em enfrentar a dura perseguição perpetrada contra seus predecessores e contra si próprio; e a sua atuação brilhante na pregação da paz, irradiada com tal força que sufocou com vigor as trevas que tentavam inutilmente minar seu apostolado. Era considerado por Santo Agostinho como "o verdadeiro filho da paz de Jesus Cristo".
 
O biógrafo desta Santa é Santo Odilon, que a conheceu pessoalmente. Da sua obra é tirado o que se segue:
Menina ainda, Santa Adelaide, filha de Rodolfo II de Borgonha, experimentou a amargura do caminho do sofrimento. Órfã com 6, enviuvou-se com 19 anos, tendo sido esposa de Lotário, Rei da Itália, depois, como geralmente se crê, foi envenenado pelo duque Berengário. Obedeceu este ato ao plano de apoderar-se do trono da Itália e obrigar a jovem viúva a contrair matrimônio com o filho do duque, ao que Adelaide firmemente se opôs. Esta resistência custou-lhe a liberdade; pois determinou Berengário apoderar-se da vítima indefesa e encarcerá-la num castelo perto do lago de Garda, onde sofreu não só as maiores e mais duras privações, como também os maus tratos da parte de Wila, mulher de Berengário, criatura de péssimos sentimentos.
Embora Adelaide se sujeitasse por algum tempo a condições tão indignas, aproveitou a primeira ocasião que lhe oferecia, devido à valiosa cooperação do capelão Martinho, para, em companhia da fiel empregada, fugir da prisão. Era indicada a maior cautela, e ainda assim passaram as fugitivas horas de angústias, receando cair novamente nas garras do algoz. Deus, porém, as protegeu. Um pescador apiedou-se delas e preparou-lhes uma refeição frugalíssima, mas saborosa, pois tinham passado um dia sem tomar alimento de espécie alguma. Enquanto estavam tratando de restaurar as forças, chegou o Margrave Apo com sua gente e como Adelaide conhecesse a lealdade e os bons sentimentos deste príncipe, aceitou-lhe a generosa proposta e foi com ele ao castelo de Canossa.
Era Otão imperador da Alemanha. Foi a ele que Adelaide se dirigiu, implorando proteção contra o injusto e incorreto procedimento de Berengário, que se tinha apoderado de seus bens e tenazmente a perseguira. Como ao mesmo tempo o Papa lhe dirigisse igual pedido, de pôr têrmo à política nefanda de Berengário, na Itália, Otão resolveu Transpor os Alpes, e à frente de um grande exército, atacar o criminoso usurpador. Berengário fugiu. O imperador, servindo-se da fidelidade indubitável do Capelão Martinho, por intermédio do mesmo, ofereceu a Adelaide não só a liberdade, mas pediu-a em casamento. Adelaide seu seu consentimento e assim do abismo da miséria foi, de um dia para o outro, elevada às culminâncias do poder e da grandeza. Ontem maltratada nos subterrâneos de uma prisão lúgubre, acossada como um animal de caça, foi inesperadamente colocada no trono, na qualidade de esposado príncipe mais glorioso e mais poderoso daquele tempo. Passaram-se anos na mais perfeita felicidade e de uma vida virtuosíssima, ao lado do imperial esposo, quando este lhe foi arrebatado da inexorável morte. Sucedeu-lhe o trono o filho Otão II. Enquanto este se deixava guiar pelos sábios conselhos da santa mãe, tudo ia bem, e o governo era por Deus abençoado. Isto, porém, mudou quando sua mulher Teofânia, princesa de origem grega, começou a exercer grande influência sobre o coração do monarca. Se bem que este a princípio resistisse, pouco a pouco deu crédito às acusações malsãs e suspeitas indignas que Teofânia e respectivos partidários levantaram contra a venerável mãe, como se esta esbanjasse os bens da coroa, em doações a conventos pobres. A campanha tornou-se tão forte, a atmosfera que se criou em volta de Adelaide, veio a ser tão pesada e ameaçadora, que Otão se decidiu a exigir da mãe que se retirasse. foi esta a vitória da nora ambiciosa e tirânica sobre a sogra humilde e caridosa. Adelaide procurou primeiro um abrigo na Itália, e depois na terra do irmão, na Borgonha. Se foram grandes os sofrimentos que lhe vieram na perseguição de Berengário e de Wila, a ingratidão do filho mais profundamente lhe feriu o coração maternal.
Com a saída da mãe, a bênção do céu parecia ter se retirado da casa e do governo de Otão. Onde reinavam a paz e a felicidade, vieram a imperar a injustiça, a arbitrariedade, o luxo, a leviandade e discórdia. Majolo, o santo abade de Cluny estando a par dos acontecimentos, com franqueza apostólica abriu ao imperador os olhos sobre o procedimento incorreto que tivera para com a mãe. As suas palavras moveram Otão ao arrependimento. Adelaide recebeu convite para ir a Palávia, com o fim de encontrar-se com o filho imperador. Depois de uma separação de dois anos, mãe e filho se abraçaram com grande comoção. Estava restabelecida a paz, e Otão nunca mais se separou da santa mãe. Poucos anos viveu depois deste fato. Não tendo o filho Otão III, a idade exigida pla lei para assumir o governo, a mãe Teofânia assumiu a regência. Com a elevação de Teofânia ao poder, recomeçou a via sacra para Adelaide. Para mostrar o desprezo, que votava à sogra, Teofânia disse uma vez aos aduladores: " Se Deus me der mais um ano de vida, garanto-vos que o poder de Adelaide não será mais do que sobre um palmo de terra". Não tinham passado quatro semanas e Teofânia já não mais pertencia ao número dos vivos e Adelaide sucedeu-lhe na regência. Chegada ao poder, Adelaide nenhuma vingança praticou contra os inimigos. Que o coração da santa imperatriz estava longe de idéias vingativas, prova a grande caridade com que tratou as filhas de Wila, sua maior inimiga, as quais, tendo ficado órfãs de pai, foram por Adelaide convidadas a viverem em sua companhia e tratadas como filhas.
Como regente, soube Adelaide muito bem coordenar as obrigações políticas e religiosas. Partindo do princípio: que a felicidade e prosperidade de uma nação dependem da bênção de Deus, procurou implantar na alma do povo o santo temor de Deus, fazendo empenho para que fossem conservados fielmente os costumes e usos da vida cristã.
Pressentindo a aproximação da morte, Adelaide se retirou para o convento beneditino por ela fundada em Selz, na Alsácia; lá passou o resto da vida no maior recolhimento e lá, na idade de sessenta e oito anos, entregou o espírito ao Criador.
Reflexões:
Na biografia de Santa Adelaide, se lê o seguinte tópico: "No seio da família mostrava soberana amabilidade, no trato com estranhas era de uma fidalguia prudente e reservada; mãe dos pobres, era protetora das instituições eclesiásticas e religiosas; boa e humilde para os bons, era severa em castigar os maus e os ímpios. Humilde na prosperidade, paciente e conformada na adversidade, sóbria e modesta no comer e vestir, constante na prática dos exercícios de piedade, penitência e caridade, era Adelaide o modelo de uma perfeita cristã. Colocada sobre o trono, o orgulho não lhe tomou posse do coração e das virtudes nenhum reclame fez. A lembrança dos pecados não a entregou ao desânimo ou ao desespero, como também os bens deste mundo; honra, magnificência e glória, não conseguiram perturbar-lhe a paz da alma, porque em tudo se baseava sobre o fundamento de toda santidade: a humildade. Firmeza na fé, era imperturbável sua esperança".
Oxalá Santa Adelaide encontre entre as mães de família muitas imitadoras das virtudes e perfeições que a distinguiam. Mães de família desta têmpera são a segurança da religião e da pátria.
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