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16 de novembro de 2012

Santa Margarida da Escócia,Santa Gertrudes,Santo Honorato

Era sobrinha de Santo Estevão, rei da Hungria, e neta de Edmundo II, filha de Eduardo, o exilado, e irmã de Edgar Atheling, todos reis da Inglaterra.
Sua mãe, Ágata, era sobrinha do sacro-imperador Santo Henrique II e irmã da rainha Gisela, esposa do rei Santo Estevão.
Nasceu em 1045, na Hungria, para onde seu pai e seu tio, Edmundo III, fugiram para protegerem-se dos normandos. Retornaram em 1054 à Inglaterra durante o reinado de Santo Eduardo III, que os mandou chamar. Tendo sido criada à sombra de Santo Estêvão, Santa Margarida já mostrava sua forte vocação religiosa através das frequentes orações, da assiduidade à Santa Missa e da compaixão pelos pobres.
Com o falecimento de seu pai, seu irmão passou a ser o primeiro da linha de sucessão para o trono da Inglaterra.10 anos depois, porém, os normandos, liderados por Guilherme, o conquistador, invadiram o país e Santa Margarida, seu irmão e sua mãe tiveram que fugir.
O navio, levado por uma tempestade, foi para as terras da Escócia, onde foram acolhidos pelo rei Malcon III. Santa Margarida queria ser freira, vocação que havia sido abraçada por sua irmã, Cristina, mas terminou se casando, mesmo contra sua vontade, com o rei escocês, aos 23 anos. Era considerada a princesa mais bonita da Europa.


Viu, contudo, naquele Matrimônio a vontade de Deus: era uma oportunidade privilegiada para evangelizar o povo escocês. Percebeu que poderia contar com ajuda do marido, pois tinha muito boa índole. De fato, sob sua influência, ele veio a se tornar um dos reis mais virtuosos da Escócia.
Santa Margarida viveu seu reinado com profunda devoção, pois por seu exemplo e do marido sabia que poderia transformar os costumes daquela nação. E assim o fez: proibiu distribuição exagerada de bebida na corte, reeducando ou afastando os nobres beberrões, estimulou as forças de trabalho e o comércio com outros países, e, sua principal marca, trabalhou ativamente pelos mais pobres, criando hospitais, visitando-os com frequência, dando-lhes tratamento médico, abrigo e comida.

Tinha um cuidado especial para com os órfãos, viúvas e idosos, aos quais levava para sua mesa e com eles ceava. Estimulou todo o país ao hábito de participar na Santa Missa. Mandou construir muitas igrejas e mosteiros, entre eles a Abadia da Ilha de Iona, fundada por São Columba no século VI, e a famosa Abadia de Dunfermline, que abrigam relíquias da Santa Cruz.




Dedicou também uma atenção muito especial aos sacerdotes e religiosos de seu país. Criou Dioceses, convocou Sínodos, proibiu casamentos ilícitos e instituiu os jejuns na Quaresma e a Santíssima Comunhão na Páscoa. E como era de se esperar, converteu o marido e refinou sobremaneira seus modos, pois era analfabeto e um tanto rude. Teve 8 filhos e os instruiu nas leis de Deus, afastando-os da vaidade e dos pecados mortais.
Sua filha, também chamada Margarida, casada com o rei da Inglaterra, e seu filho Davi I, rei da Escócia, também são venerados pela Igreja. Ela mesma seguiu por toda vida com suas práticas de penitências, no que terminou sendo seguida pelo marido. O próprio povo a chamava de 'Rainha Santa'.
Seu reinado nunca mais foi esquecido. Foi um tempo de justiça e felicidade para todo o povo, e ela procurava servir a todos os segmentos sociais. Dela se dizia que era uma rainha "piedosa e de pulso forte ao mesmo tempo. Cavalgava gentilmente entre os magnatas, tecia e bordava entre as damas, rezava entre os monges, discutia entre os sábios, e entre os artistas planejava projetos de catedrais e de mosteiros."
Aos 46 anos contraiu um grave enfermidade, mas procurava resistir com todas as forças. Enfraqueceu bastante, no entanto, com a notícia da morte de seu marido e de seu filho mais velho numa batalha para libertar a Inglaterra. Foram 6 meses de grandes sofrimentos até sua morte em 1093, aos 48 anos.
Sua relíquias foram guardadas na Abadia de Dunfermline até a heresia protestante varrer o país. Mas antes que elas fossem violadas, almas cuidadosas as recolheram e enviaram a Felipe II, rei da Espanha, que os enviou ao mosteiro que ele havia recém construído, El Escorial.
 
Santa Gertrudes
 
 
Santa Gertrudes a Grande, sobre quem eu gostaria de vos falar hoje, leva-nos também ao mosteiro de Helfta esta semana; lá nasceram algumas das obras-primas da literatura religiosa feminina latino-germânica. A esse mundo pertence Gertrudes, uma das místicas mais famosas, única mulher da Alemanha que tem o apelativo de "a Grande", por sua estatura cultural e evangélica: com a sua vida e seu pensamento, ela incidiu de forma singular na espiritualidade cristã. É uma mulher excepcional, dotada de talentos naturais particulares e de extraordinários dons da graça, de profundíssima humildade e ardente zelo pela salvação do próximo, de íntima comunhão com Deus na contemplação e disponibilidade para socorrer os necessitados.
Em Helfta se compara, por assim dizer, sistematicamente com sua mestra, Matilde de Hackeborn, de quem falei na audiência da última quarta-feira; entra em relação com Matilde de Magdeburgo, outra mística medieval; e cresce sob o cuidado maternal, doce e exigente da abadessa Gertrudes. Destas três irmãs suas, adquire tesouros de experiência e sabedoria; e os elabora em uma síntese própria, percorrendo seu itinerário religioso com confiança ilimitada no Senhor. Expressa a riqueza da espiritualidade não somente em seu mundo monástico, mas também - e sobretudo - no mundo bíblico, litúrgico, patrístico e beneditino, com um selo personalíssimo e com grande eficácia comunicativa.

Ela nasceu em 6 de janeiro de 1256, festa da Epifania, mas não se sabe nada sobre seus pais nem sobre o lugar de nascimento. Gertrudes escreve que o próprio Senhor lhe revela o sentido desse primeiro desapego seu; afirma que o Senhor teria dito: "Eu a escolhi como minha morada e me alegro porque tudo que há de belo nela é obra minha (...). Precisamente por esta razão, afastei-a de todos os seus parentes, para que ninguém a amasse por motivo de consanguinidade e eu fosse a única razão do afeto que a move" (As revelações, I, 16, Sena, 1994, p. 76-77).

Aos 5 anos, em 1261, entrou no mosteiro, como era costume naquela época, para a formação e o estudo. Lá transcorreu toda a sua existência, da qual ela mesma indica as etapas mais significativas. Em suas memórias, recorda que o Senhor a preservou com paciência generosa e infinita misericórdia, esquecendo dos anos de sua infância, adolescência e juventude, transcorridos - escreve - "em tal cegueira de mente, que eu teria sido capaz (...) de pensar, dizer ou fazer, sem nenhum remorso, o que me desse vontade, aonde quer que fosse, se Tu não tivesses me preservado, seja com um horror inerente pelo mal e uma natural inclinação ao bem, seja com a vigilância externa dos demais. Eu teria me comportado como uma pagã (...) e isso mesmo Tu querendo que, desde a infância, desde o meu quinto ano de idade, eu habitasse no santuário abençoado da religião, para ser educada entre os teus amigos mais devotos" (Ibid., II, 23 140s).

Gertrudes foi uma estudante extraordinária, aprendeu tudo o que podia aprender das ciências do Trívio e do Quadrívio; era fascinada pelo saber e se dedicou ao estudo profano com ardor e tenacidade, conseguindo êxitos escolares muito além de toda expectativa. Se não sabemos nada sobre suas origens, ela contou muito sobre suas paixões juvenis: a literatura, a música, o canto e a arte da miniatura a cativaram. Tinha um caráter forte, decidido, imediato, impulsivo; frequentemente afirmava que era negligente; reconheceu seus defeitos, pediu humildemente perdão por eles. Com humildade, pediu conselhos e orações por sua conversão. Há características do seu temperamento e defeitos que a acompanharão até o final, até o ponto de assustar algumas pessoas, que se perguntam como é possível que o Senhor a prefira tanto.

De estudante, passou a consagrar-se totalmente a Deus na vida monástica e, durante 20 anos, não aconteceu nada de extraordinário: o estudo e a oração foram sua principal atividade. Devido aos seus dons, ela se sobressaía entre suas irmãs; era tenaz em consolidar sua cultura em campos diversos. Mas, durante o Advento de 1280, começou a sentir desgosto por tudo aquilo, percebeu sua vaidade e, em 27 de janeiro de 1281, poucos dias antes da festa da Purificação de Maria, na hora das Completas, o Senhor iluminou suas densas trevas. Com suavidade e doçura, acalmou a turbação que a angustiava, turbação que Gertrudes via como um dom de Deus "para abater essa torre de vaidade e de curiosidade que - ai de mim - ainda carregando o nome e o hábito de religiosa, fui elevando com a minha soberba, e pelo menos assim, encontrar o caminho para mostrar-me tua salvação" (Ibid., II,1, p. 87).

Ela teve a visão de um jovem que a guiava para superar o emaranhado de espinhos que oprimia sua alma, estendendo-lhe a mão. Nessa mão, Gertrudes reconheceu "a preciosa marca dessas chagas que ab-rogaram todas as atas de acusação dos nossos inimigos" (Ibid., II,1, p. 89); reconheceu Aquele que sobre a cruz nos salvou com seu sangue, Jesus.

Desde aquele momento, sua vida de comunhão com o Senhor se intensificou, sobretudo nos tempos litúrgicos mais significativos - Advento, Natal, Quaresma, Páscoa, festas de Nossa Senhora - ainda quando, doente, não podia se dirigir ao coro. É o mesmo húmus litúrgico de Matilde, sua mestra, que Gertrudes, no entanto, descreve com imagens, símbolos e termos mais simples e lineares, mais realistas, com referências mais diretas à Bíblia, aos Padres, ao mundo beneditino.

Sua biógrafa indica duas direções do que poderíamos chamar de particular "conversão" sua: nos estudos, com a passagem radical dos estudos humanistas profanos aos teológicos, e na observância monástica, com a passagem da vida que ela define como negligente à vida de oração intensa, mística, com um excepcional ardor missionário. O Senhor, que a havia escolhido desde o seio materno e que desde pequena lhe fizera participar do banquete da vida monástica, volta a chamá-la, com sua graça, "das coisas externas à vida interior; e das ocupações terrenas ao amor pelas coisas espirituais". Gertrudes compreende que esteve longe d'Ele, na região da dissimilitude, como diz Santo Agostinho: de ter-se dedicado com muita avidez aos estudos liberais, à sabedoria humana, descuidando a ciência espiritual, privando-se do gosto pela verdadeira sabedoria, agora é conduzida ao monte da contemplação, onde deixa o homem velho para revestir-se do novo. "De gramática, converte-se em teóloga, com a leitura incansável dos livros sagrados que podia ter ou obter e enchia seu coração com as mais úteis e doces sentenças da Sagrada Escritura. Tinha, por isso, sempre pronta uma palavra inspirada e de edificação para satisfazer os que iam consultá-la e, ao mesmo tempo, os textos escriturísticos mais adequados para rebater qualquer opinião errônea e fazer calar seus oponentes" (Ibid., I,1, p. 25).

Gertrudes transforma tudo isso em apostolado: dedica-se a escrever e divulgar as verdades da fé com clareza e simplicidade, graça e persuasão, servindo com amor e fidelidade a Igreja, até o ponto de ser útil e bem-vinda para os teólogos e pessoas piedosas. Desta intensa atividade sua, resta-nos pouco, também devido às circunstâncias que levaram à destruição do mosteiro de Helfta. Além do "Arauto do amor divino" e "As revelações", temos os "Exercícios Espirituais", uma joia rara da literatura mística espiritual.

Na observância religiosa, nossa santa é "uma coluna firme (...), firmíssima propugnadora da justiça e da verdade", diz sua biógrafa (Ibid., I, 1, p. 26). Com as palavras e o exemplo, suscitava nos demais grande fervor. Às orações e às penitências da regra monástica, acrescentava outras com tal devoção e abandono confiado em Deus, que provocava, em quem a encontrava, a consciência de estar na presença do Senhor. E, de fato, o próprio Deus lhe dá a entender que a chamou para ser instrumento da sua graça. Deste imenso tesouro divino, Gertrudes se sentia indigna, confessou não tê-lo protegido e valorizado. Exclamou: "Ai de mim! Se Tu tivesses me dado para lembrança tua, indigna como sou, inclusive um só fio de estopa, ele deveria ser guardado com maior respeito e reverência do que eu tive por estes teus dons!" (Ibid., II,5, p. 100). Mas, reconhecendo sua pobreza e indignidade, ela adere à vontade de Deus, "porque - afirma - aproveitei tão pouco suas graças, que não posso decidir acreditar que foram concedidas somente para mim, não podendo tua eterna sabedoria ser frustrada por alguém. Faze, portanto, ó Dador de todo bem, Tu que me concedeste gratuitamente dons tão imerecidos, que, lendo este escrito, o coração de pelo menos um dos teus amigos se comova pelo pensamento de que o zelo pelas almas te levou a deixar durante tanto tempo uma joia de valor tão inestimável em meio ao lodo abominável do meu coração" (Ibid., II,5, p. 100s).

Em particular, dois favores lhe foram mais queridos que qualquer outro, como escreveu a própria Gertrudes: "Os estigmas das tuas chagas, que imprimiste em mim como joias preciosas no coração, e a profunda e saudável ferida de amor com que o marcaste. Tu me inundaste com estes dons teus de tanta alegria que, ainda que eu tivesse de viver mil anos sem nenhum consolo, nem interior nem exterior, sua lembrança bastaria para reconfortar-me, iluminar-me, encher-me de gratidão. Quiseste também introduzir-me na inestimável intimidade da tua amizade, abrindo-me de muitas formas esse sacrário nobilíssimo da tua divindade, que é o teu Coração divino (...). A esse cúmulo de benefícios, acrescentaste o de dar-me por advogada a Santíssima Virgem Maria, tua Mãe, e de ter me recomendado frequentemente seu afeto como o mais fiel dos esposos poderia recomendar à sua própria mãe sua esposa querida" (Ibid., II, 23, p. 145).

Dirigida à comunhão sem fim, concluiu sua vida terrena no dia 17 de novembro de 1301 ou 1302, aos quase 46 anos. No sétimo Exercício, o da preparação para a morte, Santa Gertrudes escreveu: "Ó Jesus, Tu que me és imensamente querido, fica sempre comigo, para que o meu coração permaneça contigo e teu amor persevere comigo sem possibilidade de divisão, e meu trânsito seja abençoado por Ti, de maneira que meu espírito, livre dos laços da carne, possa imediatamente encontrar repouso em Ti. Amém." (Esercizi, Milão, 2006, p. 148).

Parece-me óbvio que estas não são somente coisas do passado, históricas, mas que a existência de Santa Gertrudes continua sendo uma escola de vida cristã, de reto caminho, que nos mostra que o centro de uma vida feliz, de uma vida verdadeira, é a amizade com Jesus, o Senhor. E essa amizade se aprende no amor pela Sagrada Escritura, no amor pela liturgia, na fé profunda, no amor a Maria, de forma que se conheça cada vez mais realmente o próprio Deus e, assim, a verdadeira felicidade, a meta da nossa vida.
 
Santo Honorato 
 
É um nome latino (Honoratus) que significa em primeiro lugar "pessoa a que se honra por seus merecimentos".E como derivado deste, chegamos ao significado de "honrado" que nos é mais familiar. Teve que ser nos primeiros tempos do cristianismo um sobrenome bastante frequente, convertido logo em nome, posto que aparecem no santoral até oito santos assim chamados, sem contar o feminino Honorata, com cujo nome temos uma santa (irmã de Santo Epifânio) que morreu em Pavía no ano 1500 e Santo Honório, nome da mesma raiz latina e que soa assimilar-se com o de Honorato. Santo Honorato, padroeiro dos padeiros, foi bispo da localidade francesa de Amiens lá pelo século VI.
Nasceu em Port-le-Grand, em Pothieu, não se conhecendo com exatidão em que data concreta, e morreu na mesma localidade em 16 de Maio na primeira metade do século VII (em redor de 650). Era membro de uma das famílias mais importantes do país e praticou desde a infância a virtude. Foi São Beato seu mestre e seu guia espiritual, e falecido seu prelado, e em atenção a suas altas virtudes foi escolhido para lhe suceder, pese a sua forte resistência, já que não acreditava merecer tal honra.
Segundo conta a tradição, durante sua consagração, Deus quis confirmar-lhe com um prodígio, e os assistentes viram descender sobre sua cabeça um raio divino e um azeite misterioso. Quando se soube em Port-le-Grand que havia sido proclamado ao episcopado, sua ama, que estava nesses momentos cozendo pão na casa paterna, acolheu a boa nova com completa incredulidade, e disse que só acreditaria se a requeimada pá para meter no forno que tinha na mão deitasse raízes e se convertesse em árvore.
Fiel a sua palavra, em continuação plantou no pátio da casa a pá, que se converteu numa amoreira que cedo deu flores e frutos. Todavia no século XVI se seguia ensinando esta árvore na casa paterna de Santo Honorato. Desde então, floristas e padeiros se disputaram o santo patrono. Voltando à vida do santo, depois de se ter produzido o milagre, se conta-se que durante seu episcopado foi honrado com outros sucessos extraordinários, tais como a invenção dos corpos dos santos Fuscio, Victorico e Genten, que haviam permanecido ocultos dos fieis mais de trezentos anos.
Dizem também de Santo Honorato, que seu bispado foi significativo por uma série de prodígios que demonstraram sua santidade, sendo, além disso especialmente distinguido pelo Senhor. Segue a lenda atribuindo a este santo numerosos milagres durante sua vida e depois de sua morte. Muitos séculos depois de seu falecimento, para socorrer as necessidades do povo em épocas de terrível seca, o bispo Guy, filho do conde de Amiens, ordenou uma procissão geral em que se levou a urna com o corpo do santo à volta dos muros da cidade, conseguindo-se, no fim, a chuva tão desejada e necessária.
São-lhe atribuídos ao longo dos séculos uma infinidade de milagres, os paralíticos andavam, os surdos ouviam, os cegos viam e os prisioneiros recobraram a liberdade.Santo Honorato assinalava claramente aos moleiros e aos padeiros como seus protegidos. O culto a Santo Honorato transbordou os limites do bispado e se estendeu, primeiro, por todo o país, e mais tarde, mais além das fronteiras.
Em 1202, o padeiro Renold Theriens, deu em París uns terrenos para construir uma capela em honra do santo. Mais tarde, esta chegou a ser uma das mais ricas de París, dando lugar aliás à Rue e ao Faubourg Saint Honoré, uma das ruas mais simpáticas e buliçosas da capital galesa.
Em 1400, os padeiros de París estabeleceram sua confraria na igreja de Santo Honorato, celebrando desde então sua festa patronal em 16 de maio e propagando esta devoção e patronato por todo o mundo. Era tão grande esta devoção, que em 1659, Luis XIV precisa que cada padeiro "deve observar a festa de Santo Honorato, assistir no dia 16 de maio ao serviço divino e pagar todos os domingos uma retribuição para subvencionar as despesas da comunidade". De todas formas, nem em todos os lugares de religião cristã ou católica, os padeiros rendem culto a Santo Honorato.
Em outros sítios o foi São Ludardo, que no século XIII, exerceu a profissão de padeiro; em Saint-Denis o é Santo Illes, porque seu nome em grego, significa trigo; na Flandres e em diversas localidades belgas é Santo Ambert, bispo de Cambrai, porque um padeiro foi curado por sua mediação; em Valência é a Virgen de la Merced; em Castellón, Nuestra Sra. De Lidón; em Zaragoza, Santa Rita de Cassia. Sem embargo, nem sempre o há sido, em Barcelona, foram também patronos dos padeiros Santo Gim e São João do Pão. Ainda que haja lugares concretos onde não seja Santo Honorato patrono dos padeiros, o certo é que para quase todo o mundo cristão, não cabe lugar a dúvidas, a quem se deve venerar. Em 16 de maio tem sido e o será sempre o dia em que os padeiros festejam seu patronato.
 
 

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