São Domingos de Gusmão

Domingos nasceu em 24 de junho de 1170, na Espanha. Pertencia a uma ilustre e nobre família, muito católica e rica. O jovem espanhol dedicou-se aos estudos, tornando-se uma pessoa muito culta. Mas nunca deixou a caridade de lado. Ainda durante os estudos vendia seus pertences para ter um pequeno "fundo" e com ele alimentar os pobres e doentes. Aos vinte e quatro anos recebeu a ordenação sacerdotal.
Durante a Idade Média, período em que viveu, havia a heresia dos cátaros, surgida no sul da França. Eles pregavam a reencarnação e a relação direta entre os homens e Deus. Domingos teve de enfrentar esta missão com muita eficiência, usando apenas o seu exemplo de vida e a pregação da verdadeira Palavra de Deus.
Em 1215 Domingos fundou o primeiro mosteiro do irmãos pregadores. Nesta época Domingos começou a propagar a devoção ao rosário mariano. Por isto, os dominicanos são tidos como os guardiões do rosário, cujo culto difundem no mundo cristão através dos tempos. Eles passaram a ser conhecidos como homens sábios, pobres e austeros, tendo como características essenciais a ciência, a piedade e a pregação.
No dia 08 de agosto de 1221, com apenas cinqüenta e um anos de idade, ele morreu.
Reflexão:
Domingos distinguia-se por sua retidão, zelo, pontualidade das funções e espírito de sacrifício. Preocupado com o povo cristão, Domingos uniu os estudos da Palavra de Deus com a pregação explícita da mensagem evangélica. Fundou a Ordem do Pregadores e gastou sua vida para que o povo cristão recebesse uma fé esclarecida e verdadeira.
Oração:
Ó Pai, pela vossa misericórdia, São Domingos de Gusmão anunciou as insondáveis riquezas de Cristo. Concedei-nos, por sua intercessão, crescer no vosso conhecimento e viver na vossa presença segundo o Evangelho, frutificando em boas obras. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.
Colaboração: Padre Evaldo César de Souza, CSsR
Seis anos contava o menino, quando os pais o confiaram
à direção de um tio, reitor de uma
igreja em Gumyel. Sete anos passou
Domingos na escola daquele sacerdote,
aprendendo, além das primeiras letras, como sejam, acolitar, enfeitar os altares
e cantar no coro. Terminado este curso prático, transferiu-se
para Valência, cidade episcopal no reino
de Leon, onde existia uma universidade que mais tarde, em 1217, passou para Salamanca.
Durante o tempo dos estudos em Valência, isto é,
durante seis anos, dedicou-se à arte
retórica, além da filosofia e teologia.
Acompanharam-lhe os trabalhos científicos às práticas da piedade, inclusive, severas penitências. Retraído por completo do mundo, visitava somente os pobres e
doentes, protegia as viúvas e órfãos.
Por ocasião de uma grande fome, vendeu os livros para poder socorrer
os necessitados. Certa vez, ofereceu sua própria pessoa para resgatar um jovem que caira nas
mãos dos mouros.
A caridade
de Domingos, não satisfeita com as obras
corporais de misericórdia, estendia-se principalmente às necessidades
espirituais do próximo. Para este fim, desenvolveu um zelo extraordinário, como
pregador. O primeiro fruto deste labor apostólico, foi a conversão do amigo e companheiro dos
estudos, Conrado, que mais tarde entrou
para a ordem de cister, elevado
posteriormente à dignidade de Cardeal da Santa Igreja.
Domingos
contava apenas vinte e quatro anos e era
considerado um dos mais competentes mestres da vida interior. Dom Diego de
Asebes, bispo de Osma, conhecendo os
brilhantes dotes de Domingos, convidou-o a incorporar-se ao cabido da diocese,
esperando desta aquisição uma reforma salutar do clero. O prelado não se viu
iludido nas suas previsões. Domingos em pouco tempo, foi objeto da admiração de
todos, como modelo exemplaríssimo em todas as
virtudes cristãs.
Como cônego de
Osma, Domingos percorreu diversas
províncias da Espanha, pregando por toda a parte a palavra de Deus, pela conversão dos
pecadores, cristãos e maometanos. Uma
das conversões mais sensacionais que Deus operou por intermédio de Domingos foi
a de Reiniers, célebre heresiarca, que mais tarde tomou o hábito dos frades
dominicanos.
Domingos não
era ainda sacerdote. Do bispo de
Osma recebeu a unção sacerdotal,
continuando depois a missão apostólica
de pregador. Quando em 1224, por ordem do rei Afonso de
Castelha, o bispo de Osma foi à França
na qualidade de embaixador real, a fim
de tratar dos negócios matrimoniais do príncipe herdeiro Fernando, com a princesa de Lussignan, Domingos acompanhou-o.
Na província de Languedoc, puderam de perto observar as horríveis devastações
feitas pelos albingenses. Numa segunda
viagem que empreenderam, cujo fim era buscar a princesa e entregá-la ao esposo, tiveram o grande desgosto de não a encontrar entre os vivos.
Chegaram ainda a tempo de assistir-lhe
ao enterro.
Preferiram,
então, ficar na França, para dedicar-se à campanha contra os hereges. O bispo Diego, com o consentimento do Papa,
ficou três anos na província de Languedoc.
Passado este tempo, voltou à diocese.
A São
Domingos, que foi nomeado superior da Missão, associaram-se doze abades cistercienses. Pouco tempo, porém, durou o trabalho
coletivo. Dom Diego voltou à Espanha, os
cistercienses retiraram-se para os seus claustros e o próprio Legado pontifício
abandonou o solo francês.
Domingos não desanimou apesar da missão ter-se-lhe
tornado dificílima e perigosa. Com mais
oito companheiros que lhe foram
mandados, continuou os trabalhos apostólicos.
A inconstância, porém, que encontrou nos coadjutores, fez nele amadurecer a idéia de fundar uma nova Ordem,
cujos membros, por um voto, se dedicassem à obra da pregação. Os primeiros que se lhe associaram foram
Guilherme de Clairel e Domingos, o Espanhol.
Em 1215 a nova comunidade contava
já dezesseis religiosos, com seis espanhóis, oito franceses, um inglês e um
português. Para assegurar-se da aprovação pontifícia, Domingos em companhia do bispo de
Toulouse foi à Roma e apresentou-se ao Papa Inocêncio III. Coincidiu
ele chegar à capital da Cristandade na
abertura do Concílio de Latrão.
Opinaram os padres que em vez de aprovar as regras de novas ordens, devia o Concílio
dirigir a atenção para as Ordens já existentes e aperfeiçoar-lhes as constituições. Inocêncio III, baseando-se nestas decisões,
negou-se, por diversas vezes, em dar aprovação à regra da Ordem fundada por
Domingos. Aconteceu, porém, que o Papa
teve uma visão, quase idêntica à que lhe fez aprovar a Ordem de São Francisco de
Assis, em 1209. Não querendo contrariar
a obra do santo homem, deu consentimento à fundação da Ordem, prometendo a
Domingos expedir a bula, logo que este tivesse adotado uma regra de ordem já
aprovada pela Igreja. Domingos decidiu-se em favor da regra de Santo
Agostinho, à qual acrescentou mais algumas constituições, como por exemplo, o silêncio, o jejum e a
pobreza.
Quando
Domingos, pela segunda vez chegou à Roma,
já não encontrou o Papa Inocêncio III, mas o sucessor deste, Honório
III. Contrariamente ao que receava,
obteve a aprovação da ordem, que veio a ser chamada Ordem dos Pregadores. Nomeado o primeiro superior, fez a profissão
nas mãos do Papa.
Graças à
generosidade do bispo de Toulouse e do conde Simão de Montfort, Domingos pode
construir o primeiro convento em Toulouse. O número dos religiosos crescera
consideravelmente, de modo que Domingos pode introduzir em a novel comunidade e regra recém-aprovada.
Pouco tempo
depois, Domingos voltou à Roma e fundou diversos conventos na Itália. Em Roma,
conheceu São Francisco de Assis, a quem se ligou em íntima amizade. Em 1218 foi
a Bolonha fundar um convento, perto da Igreja de Nossa Senhora de Mascarella. Um ano depois, teve Domingos
a satisfação de fundar outro na mesma
cidade, sendo que este, tempos depois, veio a
ser um dos mais importantes da Ordem na Itália.
O exemplo de
São Francisco de Assis e o admirável desenvolvimento da Ordem por ele fundada,
influiu grandemente no espírito de são Domingos. Como o Patriarca de Assis,
introduziu S. Domingos na sua ordem o voto de pobreza em todo o rigor.
São Domingos
convocou três capítulos gerais e teve o prazer de ver a Ordem se estabelecer na Espanha, em Toulouse, na
Provença e na França toda. Conventos
surgiram na Itália, Alemanha e Inglaterra. O próprio fundador mandou
emissários à Irlanda, Noruega, Ásia e
Palestina.
São Domingos
morreu no dia 06 de agosto de 1221, na idade de 51 anos. Numerosos milagres por
seu intermédio Deus se dignou de fazer. O
Papa Gregório IX inseriu-lhe o nome no catálogo dos Santo, em 23 de julho de
1234. Muito concorreu para o culto de S. Domingos na Igreja Católica, a devoção
do Santíssimo Rosário, de quem era grande Apóstolo.
A Ordem dos
pregadores deu à Igreja, muitos Santos,
entre estes o grande São Tomás de Aquino, Santo Alberto Magno, Santa Catarina de
Siena, São Vicente Ferrer, o Papa Pio V.
Reflexões
As grandes virtudes que admiramos em S.
Domingos devem ser para nós incentivos de imitá-lo. A virtude que mais caracteriza a vida desse grande santo é o zelo, não só de
preservar a alma de todo o pecado, como também salvar a alma do próximo. Vendo uma alma em perigo de perder-se, era para Domingos uma preocupação
séria.
Se tivéssemos um pouco desse zelo apostólico
a miséria espiritual do próximo não nos deixaria tão
indiferentes. Antes de
tudo, porém, devemos cuidar da nossa própria alma. Nossa
alma é imortal, destinada a gozar da eterna felicidade em Deus. Se não alcançar esta felicidade terá por sorte o desespero eterno. Os anos que vivemos aqui na terra são o começo
da vida espiritual na eternidade. Se
nossa alma é eterna e imortal, nossa felicidade não pode estar baseada nos bens
deste mundo, que hoje existem e amanhã
nenhum valor terão.
No dia em que nosso corpo for levado para o
repouso eterno, o mundo perderá para nós
toda a importância e bem depressa, será apagada a memória da nossa existência.
Riqueza, honra, elogios, calúnias
e escárnios – tudo passa, mas a
alma ainda existirá! Tolice é, pois, dar ao mundo uma importância
que não tem; prestar-lhe honras e
atenções que não merece. A alma é que
merece todo o nosso cuidado. O mundo
passa, a alma fica. Servir a Deus e
tratar de santificar-se é o verdadeiro fim do homem na terra. Tolo é aquele que põe em jogo a
eternidade; tolo é aquele que cuida de
tudo, menos da eternidade. Se os santos pudessem ter um pesar, seria sem dúvida, o de não ter aproveitado ainda
melhor o tempo da vida aqui na terra para servir a Deus. Entra, sem demora, nas pegadas dos santos e põe tua vida toda
inteiramente ao serviço de Jesus Cristo.
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