São Juan Diego
Mensageiro de N. S. do Guadalupe
Santos Carlos Lwanga, Clotilde e Olívia
São Juan Diego Cuauhtlatoatzin (que significa: Águia que fala ou o que fala como águia) nasceu em torno de 1474, em Cuauhtitlán, que pertencia ao reino de Textcoco, no México.
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Santos Carlos Lwanga, Clotilde e Olívia
São Juan Diego Cuauhtlatoatzin (que significa: Águia que fala ou o que fala como águia) nasceu em torno de 1474, em Cuauhtitlán, que pertencia ao reino de Textcoco, no México.
Existem
documentos eclesiásticos, datados do século XVI, que fazem parte de importante
processo canônico, onde já se pedia aprovação para celebração da festa de Nossa
Senhora do Guadalupe nos dias 12 de dezembro. Posteriormente aprovado e já
constituído o Processo Apostólico, constam nestes documentos importantes
testemunhos de anciãos (alguns com mais de cem anos de idade), que testificaram
e confirmaram a vida exemplar, personalidade e fama da santidade de Juan Diego:
"Era um índio que vivia honesta e recolhidamente e que era muito bom cristão,
temente a Deus e, sua consciência, arraigada de muitos bons costumes e modos de
proceder"; outro testemunho é o de Andrés Juan, que dizia que Juan Diego era
um "varão santo". Diversos outros testemunhos contidos naquelas informações
jurídicas atestam que, efetivamente, Juan Diego era para o povo "um índio bom e
cristão", ou um "varão santo" e somente estes títulos bastariam para entender a
fortaleza de sua fama; pois os índios eram muito exigentes para atribuir algum
membro da tribo pelo apelativo de "bom índio" e muito menos ainda considerar sua
bondade tão expressiva que pudesse a chegar ao extremo da santidade.
Graças
às fontes históricas pudemos conhecer as circunstâncias da vida de São Juan
Diego, sua família, suas casas, suas terras; foi em dezembro de 1531 que Nossa
Senhora do Guadalupe manifestou-se extraordinariamente a Juan Diego. Na época
era um homem já maduro, porém, batizado há muito pouco tempo pelos primeiros
missionários franciscanos, e pertencia a etnia indígena dos "chichimecas de
Texcoco". A evangelização pós conquista iniciava-se lentamente na região, de
forma que Juan Diego há poucos anos se havia convertido e batizado na fé
católica. Havia sido casado com uma índia chamada Maria Luzia e nesse tempo
viviam no povoado de Tulpetlac, com seu tio Juan Bernardino. No dia 09 de
dezembro de 1531 (sábado), muito cedo, Juan Diego se dirigiu à Missa sabatina da
Virgem Maria e ao catecismo, atendidas pelos franciscanos do primeiro convento
que havia sido erigido na Cidade do México.
Quando o
humilde índio chegou ao sopé do monte chamado Tepeyac, repentinamente escutou
cantos harmoniosos e doces que vinham do alto do cerro, e que mais pareciam
cantos de aves distintas, que respondiam umas às outras, formando um concerto de
extraordinária beleza. Observou uma nuvem branca e resplandecente e que se
alcançava a distinguir um maravilhoso arco-íris de diversas cores. Absorto por
tamanha beleza, fez para si diversas indagações, imaginando inclusive estar
sonhando, de estar presenciando o paraíso. Estando neste arrebatamento,
repentinamente tudo cessou, ouvindo apenas a voz de uma mulher doce e delicada,
que chamava por seu nome: "Juanito, Juan Dieguito!". Sem vascilar, o santo índio
sobe o cerro e depara-se com uma formosíssima donzela; aproximando-se, deu
conta, com grande assombro da formosura de seu rosto, de sua perfeita beleza, de
seu vestido, reluzente como o sol. Nossa Senhora dialoga com Juan Diego e lhe
manifesta o pedido de que fosse construída uma capela naquele local. Disse que
fosse até ao palácio do Bispo do México (Juan de Zumárraga) e lhe narrasse tudo
o que vira e o seu pedido, de ver ali erigido um templo. E fez ainda uma
promessa a Juan Diego: “Tem por seguro que muito o agradecerei e o pagarei,
pelo que enriquecerei e te glorificarei; e muito mais merecerás com que eu
retribua teu cansaço, teu serviço com que vás solicitar o assunto para o qual te
envio"
Dirigiu-se, assim, Juan Diego à Cidade do México, onde narrou tudo o que lhe
ocorrera, mas ao que o Sr. bispo acabou não dando-lhe crédito, julgando ser
imaginação do índio recém convertido, ainda que tenha sido submetido a
interrogatório. Juan Diego saiu dali muito desconsolado, ora pelo descrédito,
ora por não poder atender à vontade de Maria Santíssima.
Retornou
ao local da aparição e, pela segunda vez, Nossa Senhora mandou que Juan Diego
fosse ter com o bispo novamente e que lhe reafirmasse o pedido. Juan Diego
despediu-se de Nossa Senhora, assegurando que no dia seguinte realizaria sua
vontade, indo para casa descansar. No dia seguintes (10 de dezembro), Juan Diego
foi à Missa, assistiu à catequese e dali foi para a casa do bispo, onde os
ajudantes o fizeram esperar por longo tempo, fato que já havia ocorrido na
primeira visita. Ao entrar, Juan Diego aos prantos e entre lágrimas novamente
comunicou a vontade de Nossa Senhora, certificando que tratava-se da vontade da
Mãe de Deus que fosse construído o referido templo. Desta vez o Bispo escutou
com grande interesse a narrativa do índio, porém, começou a compreender que não
podia ser que fosse apenas um sonho ou uma fantasia dele, pois contava com muita
convicção o que presenciara, detalhando as mensagens de Nossa Senhora. O bispo,
para certificar-se de tudo o que escutara de Juan Diego, pediu que lhe fosse
dado um sinal. Juan Diego saiu dali e disse que falaria com Nossa Senhora e,
pôs-se a caminho. Em seguida, o bispo mandou pessoas de sua inteira confiança
para seguir e vigiar Juan Diego sem o perder de vista, a fim de saberem para
onde se dirigia e com quem falava. Entretanto, após Juan Diego atravessar uma
ponte, onde passava um rio, perderam-no de vista e, apesar dos esforços, não
conseguiram mais encontrá-lo. Os serventes, já exaustos com o suceder dos
acontecimentos, decidiram regressar ao bispo e lhe disseram que Juan Diego era
um farsante enganador e mentiroso; sugeriram, inclusive, que Juan Diego deveria
ser castigado caso retornasse para lhes importunar com a história.
Enquanto
isso, Nossa Senhora aguardava Juan Diego. Chegando ao local, contou o que havia
acontecido na casa do bispo, e que o mesmo havia pedido um sinal para que
pudesse dar crédito à sua mensagem. Maria Santíssima, agradecendo o empenho de
seu mensageiro, pediu para que retornasse no dia seguinte (11 de dezembro),
quando daria o sinal, solicitado pelo Bispo. Ocorre que Juan Diego não pôde
retornar ao local no dia seguinte, pois seu tio Juan Bernardino, a quem amava
como se fosse seu próprio pai, achava-se gravemente enfermo; era portador de
uma doença que os índios chamam Cocoliztli. Procurou por um médico, mas não
conseguiu encontrar nenhum na cidade. Era já madrugada de 12 de dezembro, quando
o tio rogou ao sobrinho que se dirigisse ao Convento de Santiago, em Tlatelolco,
para chamar um dos religiosos para confessar-se, uma vez que estava consciente
de que lhe restava pouco tempo de vida. Juan Diego saiu para cumprir a vontade
do moribundo e dirigiu-se com muita pressa ao convento. Chegando, porém , nas
cercanias do sítio onde lhe apareceu Nossa Senhora, decidiu, na simplicidade de
seu coração, que era-lhe melhor desviar o caminho, rodeando o cerro de Tepejac
pela parte oriental, a fim de eventualmente não se entreter com Nossa Senhora,
pois que queria chegar o mais breve possível no convento. Pensou consigo, que
mais tarde voltaria para conversar com Ela sobre o sinal que iria pedir para
levar ao Bispo.
Ocorre
que nesse momento, Maria Santíssima desceu o monte e veio ao encontro de Juan
Diego, com estas palavras: "O que se passa com o mais pequeno de meus filhos?
Aonde você vai, para onde te diriges?". E o índio, muito angustiado, conta-lhe
as suas aflições, da grave enfermidade do tio amado, e a pressa em procurar-lhe
um padre, pois que poucas horas de vida lhe restavam. Pediu diversas vezes
perdão por não ter vindo no dia anterior, e que lhe tivesse um pouco de
paciência, pois que retornaria com toda pressa logo que pusesse têrmo às ultimas
necessidades do tio. Nossa Senhora ouviu com muito carinho as desculpas do índio
e lhe compreendeu perfeitamente o grande momento de angústias, tristezas e
preocupações que vivia Juan Diego, momento em que a Mãe de Deus lhe dirige as
mais belas palavras, as quais lhe penetraram profundamente:
"Escuta,
põe em teu coração, meu pequeno filho, que nada te assuste, que nada te aflija;
que não se perturbe teu rosto, teu coração; não temas esta ou outra enfermidade
ou aflição. Não estou aqui, eu que sou tua Mãe? Não estás debaixo de minha
sombra e proteção? Não sou a fonte de tua alegria? Não estás sob o meu manto, na
cruz dos meus braços? Tens necessidade de alguma outra coisa? Que nenhuma outra
coisa te perturbe ou aflija; não te oprimas com a enfermidade de teu tio, porque
ele não morrerá agora. Tenha certeza que ele já está bom". Neste preciso
momento, Maria Santíssima encontrou-se com o tio Juan Bernardino,
restituindo-lhe a saúde, e disto conversaria posteriormente com Juan Diego. Já
consolado com as palavras de Nossa Senhora, Juan Diego disse estar pronto para
levar o sinal ao Bispo. A Virgem Santíssima, mandou que Juan Diego subisse ao
cume do cerrilho, onde haviam se encontrado, e mandou que lá juntasse as mais
variadas flores, mandando que logo descesse e que as trouxesse à sua presença.
Ele sabia que no local só haviam abrolhos e espinhos, além do que o frio era
intenso e naquele momento, geava. Mesmo assim, com toda a convicção subiu o
cerro e quedou-se admirado diante do precioso jardim de lindas flores variadas,
frescas, exalando um odor suavíssimo; e estendendo a tilma à maneira indígena,
começou a cortar quantas flores pode, juntando-as todas sobre sua tilma. Desceu
o monte e depositou as flores aos pés de Maria Santíissima. Ela tomou em suas
mãos as flores e colocou-as novamente no vão da tilma e em seguida mandou que
Juan Diego levasse o manto à presença do Bispo. Pediu que lhe contasse
detalhadamente o que ocorrera naquele lugar.
Juan
Diego chegou a casa do bispo e suplicou ao porteiro e aos demais empregados que
dissessem que desejava vê-lo; mas ninguém o quis fazê-lo; alguns fingiam que não
o entendiam, outros alegavam que já era tarde da noite, e outros que não o
conheciam e diziam que não mais os importunassem. Juan Diego esperou por muito
tempo, de forma que os empregados, vendo que não saia dali, esperando que o
chamassem, observaram que carregava algo em sua tilma e se aproximaram para ver
o que trazia; Juan Diego acabou não podendo ocultar, pois os empurrões poderiam
maltratar as flores, momento em que disse que abriria somente um pouquinho a
tilma, e assim o fez. Neste momento, viram que eram flores, que desprendiam um
perfume maravilhoso. E cada um queria tirar para si quantas pudessem e, por três
vezes o tentaram, mas não puderam, porque quando concretizaram o intento, já não
podiam mais ver as flores como viram, porque agora já a viam como se estivessem
ora pintadas, ora bordadas, ora costuradas na tilma. Imediatamente foram dizer
ao Bispo o que haviam testemunhado; O bispo parecia compreender que Juan Diego
portava a prova que havia pedido e mandou que ele entrasse. Juan Diego,
entrando, prostrou-se em sua presença, como já havia feito antes, e contou o
que ocorrera na colina Tepejac, momento em que entregou o sinal de Maria
Santíssima, estendendo sua tilma, caindo em solo as preciosas flores; e seu viu
na tilma, admiravelmente pintada, a Imagem de Maria Santíssima, como ainda se vê
hoje e se conserva no santuário de Guadalupe. O bispo Zumárraga, junto com sua
família e o servos que estavam ao seu redor, sentiram uma grande emoção, não
podiam acreditar no que seus olhos estavam contemplando: Uma formosíssima imagem
da Virgem Mãe de Deus, Senhora do Céu. O bispo, com pranto e tristeza, rogou e
pediu perdão por não haver realizado sua vontade, sua palavra. Ao se colocar de
pé, o bispo desatou da tilma o colo de Juan Diego e a colocou em seu
oratório.
Mais
tarde, a imagem foi levada com grande triunfo à grandiosa Igreja na colina de
Tepejac, construída conforme o pedido da Virgem.
A partir
disso, Guadalupe tornou-se o grande santuário nacional do México, visitado
continuamente pelas multidões de fiéis, que a Maria Santíssima recorrem em todas
as suas necessidades. A devoção a Nossa Senhora de Guadalupe se estendeu sobre
toda a América Latina, e numerosas são as igrejas que trazem o seu
nome.
A partir
daí, a evangelização do México tornou-se avassaladora, sendo destruídos os
últimos resquícios da bárbara superstição dos astecas, que escravizavam outros
povos e sacrificavam seus próprios filhos em rituais sangrentos.
Em 1910
São Pio X proclamou-a Padroeira da América Latina e, em 1945, Pio XII deu-lhe o
título de "Imperatriz da América".
O Papa
João Paulo 2º, em 30/07/2002 canonizou, na Basílica de Guadalupe, na Cidade do
México, Juan Diego, primeiro índio da América a se converter em santo, em uma
cerimônia presenciada por milhares de indígenas.
A canonização de Juan Diego é considerada um ato histórico para a
América Latina, pois se trata do primeiro índio americano a se converter em
santo católico.
O México, com 102 milhões de habitantes, tem cerca de 12 milhões de indígenas, em sua imensa maioria pobres e marginalizados.
Foi a sua 97ª viagem internacional do Papa. Mais de 100 mil pessoas receberam Sua Santidade com autêntico fervor popular, depois de uma recepção oficial mais rigorosa no hangar presidencial, comandada pelo presidente Vicente Fox e a primeira-dama.
"Queridos mexicanos: graças a vossa hospitalidade, por vosso afeto constante, por vossa fidelidade à Igreja. Continuai sendo fiéis. Sede santos", declarou o Papa.
O México, com 102 milhões de habitantes, tem cerca de 12 milhões de indígenas, em sua imensa maioria pobres e marginalizados.
Foi a sua 97ª viagem internacional do Papa. Mais de 100 mil pessoas receberam Sua Santidade com autêntico fervor popular, depois de uma recepção oficial mais rigorosa no hangar presidencial, comandada pelo presidente Vicente Fox e a primeira-dama.
"Queridos mexicanos: graças a vossa hospitalidade, por vosso afeto constante, por vossa fidelidade à Igreja. Continuai sendo fiéis. Sede santos", declarou o Papa.
Oração a São Juan
Diego
São Juan Diego,
graças pela mensagem evangelizadora que com humildade nos transmitistes;
louvando a ti sabemos que a Virgem Santíssima de Guadalupe é a Mãe do verdadeiro
Deus por quem se vive e é a portadora de Jesus Cristo, que nos dá o seu
Espírito, que vivifica nossa Igreja. Graças a ti, sabemos que Santa Maria de
Guadalupe é também nossa Mãe amorosa e compassiva, que escuta nosso pranto,
nossa tristeza; porque Ela trata e cura nossos sofrimentos, nossas misérias e
dores. Graças ao obediente cumprimento de tua missão sabemos que Santa Maria do
Guadalupe nos colocou em seu coração, que estamos embaixo de sua sombra e
proteção, que é a fonte de nossa alegria, que estamos cobertos por seu manto e
na cruz de seus braços.
Obrigado São Juan
Diego por esta mensagem que nos fortifica na paz, na unidade e no amor.
Amém
NOTA:
A história de São Juan Diego, acima digitada, é um resumo da história
completa contida no Site Oficial da Virgem de Guadalupe - México - http://www.virgendeguadalupe.org.mx/
- Original em espanhol, traduzido e digitado para o português, em compêndio,
por Página Oriente.
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Veja também: Nossa Senhora
de Guadalupe
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