Pontificado 166 a 174
São Sotero (ou Sótero) nasceu em Fondi,
no reino de Nápoles. Seu pai era natural da Grécia e, isto explica, sua preocupação em relação aos
problemas e necessidades da Igreja grega, durante seu pontificado. Sua
personalidade caritativa e amável, no entanto, não deixou de lado o rebanho como
um todo, que nutria grande carinho e obediência às suas determinações. Sua origem cristã é que acabou determinando
sua eleição na sucessão do trono pontifício.
Nasceu e cresceu dentro de uma
esmerada educação católica, de forma que tornou-se pessoa fervorosíssima e
grande luminar na Igreja de Cristo.
Assim reconhecido, foi escolhido
para assumir o governo da Igreja por unanimidade.
Marco Aurélio
empreendia crudelíssima perseguição aos cristãos. Com sua voracidade, investiu implacavelmente contra eles, dos
quais muitos foram lançados aos leões no anfiteatro, outros despedaçados em
cadafalsos, outros enterrados vivos.
Sendo os seguidores de Cristo,
causa de espetáculos promovidos pelo cruel imperador, São Sotero, como testemunha ocular das
constantes perseguições, empreendeu todas as suas forças no sentido de consolar
e atender aos fiéis através de diversas instruções, contidas em suas cartas apostólicas. Nelas, os exortava e animava na
perseverarem da fé, sempre
unidos e obedientes aos ministros da Igreja, para que juntos pudessem sofrer com
paciência e resignação todos as investidas e
conseqüentes tormentos que surgiam de todos os lados. Pessoalmente empenhou-se em visitar lugares subterrâneos e cavernas
usadas como refúgio pelos cristãos, levando sua palavra de alento e confiança,
aos fiéis perseguidos pela causa de Cristo.
Com muita
determinação e coragem, opôs-se publicamente à heresia de
Montano, levantada quatro anos antes do
término de seu pontificado. Foi época
em que lavrou escritos de sabedoria tão
inspirada, que depois de muitos anos,
foi usada pela Igreja para combater com veemência o surgimento de diversas outras heresias.
Promulgou vários
decretos canônicos, dentre os
quais, um que proibiu as monjas de tocarem os vasos sagrados e
corporais, bem como da
administração do incenso em cerimônias
da Igreja. Foi ele
também o primeiro Papa a prescrever, canonicamente, o caráter
sacramental da união, apesar de estar já estabelecida desde os primórdios da Igreja.
À
medida que iam sendo trucidadas as ovelhas
pela ira mortal contra os cristãos,
percebeu o Sumo Pontífice que o
cerco se fechava cada vez mais e que
inevitavelmente tombaria em breve também o pastor. E assim foi. Pela
sua carreira de santidade e pureza,
firmeza e empenho resoluto, recebeu a coroa dos mártires no dia 22 de
abril, sendo porém, ignorado o gênero de martírio. Foi
enterrado em Roma, onde seu corpo
descansou até o século IX, durante o pontificado do Papa Sérgio II, que
determinou que suas relíquias fossem
trasladadas para o cemitério de
Calixto, anexo à Igreja de Equício, junto aos restos mortais de São Silvestre e
São Martinho. Parte de suas
relíquias foram enviadas para a
Igreja de Toledo e outras para Munique, onde são profundamente veneradas
e festejadas por ocasião da sua festa.
Reflexões:
São Sotero soma-se, desde São Pedro, como o 12º Papa da Igreja
a ser martirizado. Todos os seus predecessores deram a vida em defesa da fé.
Mesmo enfrentando as constantes e cruéis perseguições, não se curvou ao ver
os cristãos de Roma, sendo trucidados aos montes. Animado, consolava e
encorajava os cristãos nas suas tribulações. Em grande número, aguardavam
confiantes a iminente possibilidade do martírio. Colocando-se na condição de
Cristo, portavam-se como ovelhas destinadas ao matadouro. Um grande número
derramou seu sangue nas mais bárbaras circunstâncias, para receberem a glória
na eternidade.
Peçamos ao divino Mestre que a lição magnífica dos mártires,
suscite em nossos corações firme e intenso fervor pelas causas divinas. Se
somos submetidos a zombarias, indiferenças ou críticas, por causa da Santa
Religião, não devemos curvar a cabeça, seja por respeito humano ou vergonha.
Aproveitemos a jornada terrena para defendermos incondicionalmente a Igreja de
Cristo, testemunhando as convicções por ela ensinadas.
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