São Pio IX
Pontificado: 1049 a 1054
Em
1026 foi eleito Bispo de Treves. Nesta posição, desenvolveu um zelo extraordinário na reforma dos conventos
e na obra da salvação das almas. Profundo conhecedor da arte musical,
compôs grande número de cânticos
religiosos e envidou todos os esforços pela digna celebração do culto divino.
Compenetrado de que humildade é verdade, lavava diariamente os pés de alguns
pobres e servia-lhes à mesa. Vivia em contínuos exercícios de penitência
exterior e interior. Não se alterou, quando soube que vis caluniadores tinham
procurado denegrir-lhe a reputação junto ao imperador. Anualmente visitava os
túmulos de São Pedro e São Paulo em Roma.
A
morte do Papa Damaso II (1048) causou sérios embaraços ao governo da Igreja.
Havendo três pretendentes à tiara, o Imperador da Alemanha, Henrique II convocou
um congresso para Worms, ao qual compareceu grande número de Bispos, Prelados,
Príncipes e embaixadores, com o fim de dar um novo Papa à Cristandade, afastando
assim o perigo de um cisma.
Os
votos dos congressistas uniram-se, indicando o nome de Bruno, o qual vendo-se
elevado à dignidade de Sumo Pontífice, fez uma confirmação pública dos seus
pecados, para assim convencer os eleitores de sua indignidade e incompetência
para exercer tão elevado cargo. O efeito deste ato de humildade foi, que a
assembléia confirmasse como confirmou a eleição, declarando que outro mais digno
não era possível achar. A aceitação da dignidade pontifícia Bruno a fez depender
ainda da eleição em Roma, para onde se dirigiu em companhia de Hildebrando
(Gregório VII). A eleição se deu aos doze de fevereiro de 1049 na Basílica de
São Pedro. Eleito. Adotou o nome de Leão IX. Seu primeiro cuidado foi
reorganizar a disciplina eclesiástica. Os Sínodos de Latrão, de Pávia, Reims e
Mogúncia se dirigiram contra os abusos da simonia, contra a investidura laical e
o casamento dos clérigos. Criou Cardeal
de outras nações além de italianos.
À sua
intervenção, o rei André, da Hungria, fez as pazes com o imperador Henrique
III.
Em
1050 condenou os erros de Berengário. O ano de 1053 trouxe a divisão da Igreja,
em grega e latina, causada pelas maquinações do Patriarca de Constantinopla,
Miguel Cerulário, o qual impugnava o uso de pães ázimos na celebração da Santa
Missa, a omissão do canto de Aleluia durante a quaresma e outros usos de menor
importância da Igreja latina. Leão defendeu as tradições latinas num memorando
que chegou às mãos do Patriarca por intermédio do Cardeal Umberto. Miguel
Cerulário, mostrando-se inacessível às argumentações do Papa, separou-se da
Igreja latina, exemplo que foi seguido pela maior parte da Igreja Oriental. Os
Normandos, sequiosos de conquistas e no afã de estender o poderio sobre a Europa
toda, invadiram também a Itália. As províncias de Apulia e Calábria, tinham já
caído em seu poder, e os acampamentos estendiam-se até às portas de Benevento,
cujos habitantes invocaram o auxílio do Papa. Este, tendo recebido valiosos
reforços do imperador, pegou em armas contra os Normandos. Estes venceram e
apoderaram-se da pessoa do Papa. Embora vencedores trataram o ilustre
prisioneiro com todo o respeito, dispensando-lhe todas as honras, a que sua alta
posição lhe dava jus.
Leão
adoeceu gravemente e voltou para Roma, onde morreu santamente, em 19 de abril de
1054. O túmulo de Leão IX foi glorioso e muitos milagres testemunharam-lhe o
grande poder junto ao trono de Deus.
R E F L E X Õ ES
Berengário foi o primeiro que ousou negar a
real presença de Cristo no Santíssimo Sacramento. Contra ele e sua doutrina
levantou-se a Igreja, num protesto vibrante, defendendo o dogma da Santíssima
Eucaristia. O Santíssimo Sacramento é o mistério da fé, que a débil razão humana
nunca poderá compreender. Nós o acreditamos, porque a Igreja o ensina. Jesus
Cristo não fundou a Igreja sobre a areia, mas sobre rocha firme, contra a qual
as portas do inferno em vão lançarão seus furores. A Igreja é a coluna da
verdade e sua doutrina é verdadeira. Se ela é de Deus, se a doutrina é divina,
não pode nunca ensinar inverdade, nunca poderá ser escola do erro. Sejamos,
portanto, humildes e aceitemos a doutrina da Igreja, que é a doutrina de Cristo,
dos Apóstolos e dos homens mais santos e sábios, durante 20 séculos. Não é
possível que todos eles tenham errado.


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