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15 de setembro de 2014

CATARINA DE GÉNOVA Esposa, Religiosa, Mística, Santa 1447-1510 ,NOSSA SENHORA DAS DORES.



No século XV, os partidos guelfi e ghibellini eram os dominantes em Gênova, alternando-se no governo da cidade por meio de lutas sangrentas. Mas quando Catarina Fieschi nasceu, no ano de 1447, as famílias da
Santa Catarina de Génova
nobreza que pertenciam a essas facções políticas já conviviam em paz, que era mantida pelos casa-mentos acordados entre si. Ela também teve de sub-meter-se a essa situação, pois seus pais, Tiago e Francisca, fidalgos dos guelfi, a deram em casamen-to ao jovem Juliano, da aristocrata família Adorno, dos ghibellini. 

A união foi chamada de bizarra. Juliano era muito rico, mas irresponsável, desregrado, jogador e de ca-rácter duvidoso, enquanto Catarina, com apenas de-zasseis anos, era religiosa, sensível e muito caridosa, que, em vez de casar, desejava poder ter seguido a vida religiosa como sua irmã Limbânia o fizera. 

Ela viveu sob a influencia negativa do marido, divi-dida entre as futilidades da corte e as obras de cari-dade. Um verdadeiro conflito entre os pecados e o re-morso. Aos vinte e seis anos de idade, depois de visi-tar a irmã Limbânia no mosteiro, quando tudo lhe parecia perdido, sem solução e salvação, Catarina re-solveu viver no seguimento de Jesus, para dedicar-se aos pobres e aos doentes. 

A sua conversão foi tão sincera, radical e trans-parente que Juliano se converteu também. Colo-cando todo o seu património à disposição dos neces-sitados e deixando os palácios sumptuosos, os dois ingressaram na Ordem Terceira Franciscana e foram morar no hospital de Pammatone. Nessa época, devido às frequentes invasões de conquistadores, os soldados tinham trazido a sífilis e a peste, que se tornaram epi-demias crónicas, atingindo toda a população, rica e pobre. Catarina e Juliano passaram a cuidar desses doentes. 

Catarina realizou o seu desejo de renovação espiritual praticando a caridade entre os mais contaminados e desenganados. Juliano, depois de alguns anos morreu, em 1497. Ela continuou cada vez mais despojada de tudo, servindo a Deus na total entrega aos pobres mais doentes e abandonados. 

Ao seu redor se juntou um grupo de seguidores, entre os quais o humanista genovês Heitor Vernazza. Ela a todos dizia: "Não se encontra caminho mais breve, nem melhor, nem mais seguro para a nossa salvação do que esta nupcial e doce veste da caridade". Enquanto isso, a fama de sua santidade corria entre os fiéis. 

Catarina, nessa íntima comunhão com Deus, foi premiada com dons especiais da profecia, conselho e cura. Em 1507, com o físico enfraquecido e por causa do constante contato com os mais contaminados, adoeceu e nunca mais se recuperou. Morreu no dia 15 de setembro de 1510. 

Logo o seu culto se propagou, sendo confirmado pelo papa Clemente XII em 1737, quando canonizou santa Catarina Fieschi Adorno, mais conhecida como santa Catarina de Gênova. Ela é festejada pela diocese de Gênova no dia 12 de setembro.



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Acompanhar Nossa Senhora em todas as  fases de sua vida terrestre, admirar os altos desígnios de Deus na pessoa sacrossanta de sua Mãe é sempre delícia para um coração devoto à SS. Virgem. Mais apropriada não

podia ser a nossa meditação das dores, senão ocupando-nos com os sete dolorosos lances de sua existência terrena, ou propriamente “as sete dores”, a saber:

1 - A profecia de Simeão

“Eis aqui está posto este Menino para ruína e para ressurreição de muitos de Israel, e como alvo a que atirará a contradição. E uma espada traspassará tua alma”. (Lc. 2,34)
A esta palavra a SS. Virgem vê de uma maneira clara e distinta no futuro as  contradições a que Jesus Cristo será exposto:  contradições na doutrina, contradições no conceito público, contradições nos seus santíssimo afetos, na alma e no corpo.   E esta previsão dolorosa ficou na alma de Maria  durante trinta e três anos. À medida que Jesus crescia em idade, em sabedoria e em graça, no Coração de Maria aumentava a angústia de perder um filho tão caro, pela aproximação da inexorável Paixão e Morte.   “O Senhor usa de compaixão para conosco, em não nos fazer ver as cruzes que nos esperavam, e se temos de sofrer,  é só uma vez. Com Maria Santíssima assim não procedeu, porque a queria Rainha das dores e toda semelhante ao Filho;  por isso ela via sempre diante de  si todas as  pelas que havia de sofrer” (Santo Afonso)

2 - A fuga para o Egito

A profecia de Simeão começou a cumprir-se logo. Jesus apenas nascido, já é cercado pela morte. Para salvá-lo, Maria deve ir para um exílio longínquo, para o Egito, por caminhos desconhecidos, cheios de perigos. No Egito a Sagrada Família passou perto sete longos anos como estranha, desconhecida, sem recursos, sem parentes.  “A viagem de volta para a Terra Santa apresentou-se mais penosa ainda, porque o Menino Jesus já era tão crescido que, levá-lo ao colo, difícil tarefa devia ser, e fazer a pé o grande trajeto parecia acima de suas forças” (São Boaventura)

3 - Jesus encontrado no templo

“Há quem diga que toda esta dor não só foi maior de todas que Maria sofreu na sua vida, mas que foi também de todas a mais acerba”. 
Nos outros seus sofrimentos tinha ela Jesus em sua companhia; mas agora via-se longe dele, sem saber onde ele se achava.  Das outras dores Maria conhecia perfeitamente a razão e o fim, isto é, a redenção do mundo, a vontade divina; mas nesta dor não podia ela atinar com o motivo de Jesus estar longe de sua Mãe. Quem sabe se sua mente não se torturava com pensamentos como este:  não o servi como devia, cometi alguma falta, alguma negligência, que motivasse dele se  retirar de mim?  Certo é que não pode haver pena maior para uma alma que tem amor a Deus, senão o temor de o ter desgostado. Realmente, em nenhuma outra dor, que nós saibamos, Maria se lamentou, queixando-se  amorosamente com Jesus, depois de o ter achado:

4 - Maria se encontra com Jesus na via dolorosa.

“Filho, porque fizeste assim conosco? Olha que teu pai e eu te buscávamos aflitos” (Santo Afonso)
Pilatos tinha sentimento humano para com Jesus;  tivesse ele  vencidosua covardia,  talvez o teria salvo do furor da multidão, ainda mais, se à súplica de  sua mulher se tivesse unido um pedido da Mãe de Jesus. Maria, porém,  não se move naquela  hora tremenda, que decide  da  vida ou da morte de seu Filho, porque sabe, que o Filho podia por si, sem auxílio alheio, livrar-se dos seus inimigos, e se se deixa como um cordeiro levar ao suplício, então é porque o faz espontaneamente, cumprindo a vontade de Deus. Maria ainda não se move, quando a sentença já é irrevogavelmente pronunciada. Vai ao encontro de Jesus que,  carregado do peso da cruz, se encaminha para o Calvário.   Vê-o todo desfigurado e entregue, coberto de mil feridas e horrivelmente ensangüentado. Seus olhares se  cruzam.  Nenhuma queixa sai da sua boca, porque as maiores dores  Deus lhe reservou para a salvação do mundo. Aquelas  duas almas, heroicamente generosas, continuam juntas no seu caminho do sofrimento, até o lugar do suplício. 

5 - Jesus morre na cruz.

Chegam ao Calvário. Os algozes despojam Jesus das suas vestes, pregam-no na cruz, levantam o madeiro e  sobre ele deixam-no morrer. Maria agora se aproxima da cruz e perto da cruz fica, e assiste à horrível agonia de três horas.  “Que espetáculo ver-se o Filho agonizante sobre a cruz, e ver-se ao pé da mesma agonizar a Mãe, que todas as penas sofria com seu Filho!  (Santo Afonso).  “O que os cravos eram para o corpo de Jesus, para o coração de Maria era o amor” (São Bernardo).    “No mesmo tempo que Jesus sacrificava o corpo, a Mãe imolava a alma” (São Bernardo).   E não pode  dar ao Filho o menor alívio; ainda saber que o maior tormento para o Filho era ver present5e sua Mãe, que dor, que sofrimento! O único alívio para a Mãe e  para o filho era saber, que das suas dores resultava para nós a  vida eterna.

6 - Abertura do coração de Jesus pela lança e descimento da cruz

Jesus morrendo, exclamou: “Consummatum est” – Tudo está consumado. Estava  completa a série dos sofrimentos para o Filho, não porém, para a Mãe.  Quando ela está chorando a morte do filho, um soldado vibra a lança contra o peito de Jesus, abrindo-o, e sai sangue e água. O corpo morto de Jesus não sente mais a lançada;  mas sentiu-a a Mãe no íntimo do coração. Tiram o corpo do Filho da cruz. O Filho é entregue  à Mãe, mas em que estado!  Antes o mais belo entre os filhos dos homens, agora está todo desfigurado. Antes, era um prazer olhar para ele;  agora,  seu aspecto é horroroso. Quando morre  um filho, trata-se de afastar do cadáver a mãe. Maria, pelo contrário,  não deixa que lho tirem dos seus braços, senão quando é para sepultá-lo. 

7 - Jesus é colocado no sepulcro.

“Eis que já o levam para sepultá-lo. Já se põe em movimento o doloroso préstito. Os discípulos levam o corpo de Jesus  sobre os ombros. Os Anjos do céu o acompanham. As santas mulheres seguem e, no meio delas, a Mãe. Querem que ela mesma acomode o corpo sacrossanto de Jesus no sepulcro, precisando por a pedra  para fechar o sepulcro, os discípulos precisam dirigir-se à SS. Virgem, e lhe dizer: “Agora é hora de vos despedir, Senhora;  deixai que fechemos o sepulcro. Muni-vos de paciência! Olhai-o pela última vez e despedi-vos de vosso filho”. Moveram a pedra e colocaram-na no seu lugar, fechando com ela o santo sepulcro.  Maria, dando um último adeus ao Filho e à sepultura, volta para casa” (Santo Afonso).   “Voltou tão triste a aflita e pobre Mãe, que todos a viam, dela se compadeciam e choravam” (São Bernardo)  Só no nosso coração não haverá lágrimas para Maria?  Não choramos nós, que somos a causa de tantas dores?  Ah! Se nos faltam lágrimas de  sentimento dos nossos olhos sensíveis, choremos pelo menos lágrimas de penitência, expressão ainda do firme propósito, de não mais cometermos pecado algum. Foram os nossos pecados que levaram à morte o nosso Irmão primogênito, e trespassaram o coração dulcíssimo de Maria, Mãe de Jesus e  nossa Mãe.

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