Nota: Não confundir com
São Cipriano, cognominado o feiticeiro,
martirizado com Santa Justina e cuja comemoração é dez dias depois (26 de
setembto). Para acessar esta biografia, clique aqui
Este Santos é figura brilhantíssima na igreja africana no século III. Filho de
pais nobres, dotado de extraordináros talentos, foi São Cipriano, um dos
maiores sábios do seu tempo e orador de inesgotáveis recursos. A princípio
pagão, converteu-se ao catolicismo e, em marcha ininterrupra, galgou as
culminâncias das virtudes cristãs, a ponto de operar grandes milagres.
Pela vontade do povo inteiro e do clero, foi ordenado sacerdote e em 248 sagrado
bispo de Cartago. Ao zêlo sem par, à vida santa e piedosa de São Cipriano deveu
a diocese de Cartago o fato de ter vindo a ser a primeira da África.
Quando em 249 o Imperador Décio decretou a perseguição da Igreja, muitos
católicos selaram a fé com o próprio sangue, outros apostataram. Não tardou que
a perseguição tivesse entrada também em Cartago. Os pagãos reuniram-se no
grande fórum e, em altos e apaixonados gritos, manifestavam o ódio ao Santo
Bispo: "Cipriano aos leões! Cipriano às feras!" - era a sorte que lhe
destinavam.
Cipriano, em fervorosas orações, procurava conhecer a vontade de Deus. Para
poupar o rebanho, embora desse preferência ao martírio, achou mais acertado
seguir o conselho de Nosso Senhor, que disse: "Se vos seguirem numa cidade,
procurai outra".
Um sinal que recebeu do céu mostrou-lhe também a conveniência dessa medida e
assim resolveu fugir. Do esconderijo pôde prestar grandes serviços aos pobres
católicos perseguidos, os quais animava, consolava e fortificava. Grande rigor
opunha aos apóstatas. Muitos deles mais mais tarde, se mostravam arrependidos,
pedindo para serem aceitos novamente.
Como outros bispos e sacerdotes tratassem com mais benignidade esses infelizes,
formou-se uma corrente fortíssima com ares de cisma contra Cipriano.
O movimento adversário era chefiado por Novaciano. Contra este e outros
sacrdotes descontentes, Cipriano convocou um Concílio, cujas resoluções foram
apresentadas ao Papa Cornélio, que as aprovou e sancionou. Em um outro Concílio
foi confirmado o valor do batismo das crianças.
Numa nova perseguição, que veio sob o governo do Imperador Galo, Cipriano tornou
a fortalecer a fé dos cristãos.
Quando a Peste, no espaço de quinze anos, dizimava a população, o santo Bispo
permaneceu com os diocesanos, consolando e socorrendo-os com orações e
auxílios.
Muitos cristãos que caíram prisioneiros, resgatou ele com dinheiro de sua
propriedade.
Surgiu uma Grande controvérsia sobre o valor do batismo administrado por
hereges. Quando o Papa Santo Estevão estava pela conservação da tradição, que
considerava válido esse batismo, Cipriano impugnava-o e com ele muitos bispos da
África e da Ásia, que exigiam o segundo batismo para pessoas batizadas por
hereges. A questão ficou, a princípio, sem solução, devido às dificílimas
complicações políticas daquele tempo.
Embora contrariando a opinião do Papa, não era intenção de Cipriano desrespeitar
a pessoa do mesmo. A Igreja Romana era para ele "a cadeira de São Pedro, a
Igreja por excelência, e que a união entre os bispos se origina e nal qual é
inadmissível uma traição, por menor que seja". Se houve de sua parte um
excesso de ardor nas discussões e uma certa falta de ponderação, dela se
penitenciou na perseguição que rompeu, quando Valeriano era imperador.
Foi em 257 que pela primeira vez se viu citado perante o tribunal do Procônsul
africano Aspásio. As declarações sobre sua posição, religião e modo de pensar
cristão, foram tão positivas, que o juiz o condenou ao exílio em Curubis. Por
uma visão do céu, soube que só um dia, isto é, um ano apenas o separaria do
martírio.
Do exílio escreveu uma carta consoladora e enviou uma quantia de dinheiro aos
cristãos condenados a trabalhos forçados nas minas de cobre.
Ainda pôde voltar para Cartago, onde Galério Máximo tinha sucedido a Aspásio. Lá
tomou ainda muitas providências, repartiu os tesouros da Igreja entre os pobres,
exortou os fiéis à constância e rejeitou o conselho de esconder-se. Em 13 de
setembro de 258 foi levado à presença do novo Procônsul. Uma enorme multidão
acompanhou-o apreensiva com o que poderia acontecer-lhe. Como se negasse a
prestar homenagens aos deuses, o juiz romano condenou-o à morte pela espada. A
execução foi imediata e Cipriano, preparando-se para o último sacrifício, deu ao
carrasco 25 moedas de ouro. Os cristão estenderam panos de linho branco em
redor, para apanhar o sangue do mártir.
O cadáver foi sepultado com grande solenidade. Duas igrejas ergueram-se: Uma no
lugar onde Cipriano foi decapitado e outra sobre o seu túmulo. A festa do Santo
Bispo foi transferida de 14 para 16 de setembro.
REFLEXÕES
A carreira de evangelização que
São Cipriano enfrentou, encontra-se repleta de lutas e adversidades. Galgou
todos os degraus da perfeição cristã até ao ápice, recebendo por prêmio a coroa
gloriosa do martírio. A rocha, sobre qual Cristo edificou a sua Igreja,
solifidicou-se ainda mais com o sangue dos mártires da Igreja Primitiva, a
exemplo do Preciosíssimo Sangue do Divino Mestre derramado na Cruz.
São Cipriano, de opinião
compartilhada pela a igreja do Oriente e bispos da África, impôs resistência à
aceitação do batismo ministrado por hereges (era de opinião que os convertidos
ao catolicismo deveriam ser batizados novamente). O Papa Santo Estevão, já
havia manifestado sua contrariedade a duplicidade do batismo, mesmo que
ministrado por hereges, desde que os ritos tradicionais tivessem sido
observados, especialmente da invocação da Santíssima Trindade, considerando
grave erro a duplicidade da invocação.
São Cipriano custou muito a
assimilar a opinião do Santo Padre, e tal divergência alastrou-se, como
mencionamos, entre a igreja do oriente e da África. Foi diante disso que o Papa
lavrou determinação oficial, ordenando a inadmissibilidade de duplo batismo,
sob pena de excomunhão. Os bispos da África, do Oriente e São Cipriano, então,
atenderam imediatamente à norma ora promulgada. Embora possa parecer o
contrário, esta foi uma ocorrência história da obediência que os pastores devem
a Pedro. Tanto São Cipriano como os bispos, tinham plena consciência da
infalibilidade papal que, embora ainda não promulgada, mas explícita pelo Divino
Mestre ao conferir s São Pedro o poder das chaves. Uma vez deliberada a questão
pela assistência sobrenatural do Espírito Santo, prevaleceu a obediência em
comunhão com o Sagrado Magistério Romano. Pelas convicções iniciais de São
Cipriano e dos demais clérigos, observa-se que o episódio não converteu-se em
cisma porque a Igreja do Oriente e da África era composta por homens santos,
onde o sopro do Espírito Santo agiu neles e varreu qualquer dúvida posterior a
respeito. Basta lembrar que São Cipriano tinha horror à heresia e ao cisma,
perseguiu a heresia novaciana com veemência, e não admitia qualquer tipo de
traição ao Papa, por menor que fosse ela. Enquanto São Cipriano e os Padres
revolveram-se em suas opiniões pessoais, talvez até ultrapassando os limites da
ponderação, o exemplo mais eloqüente da máxima latina "Roma locuta, causa
finita" (Roma falou, causa encerrada), concretizou-se no momento em que
oficialmente o Papa define essa questão. Lançaram, nossos santos da época, suas
opiniões pessoais à margem da estrada. Tão logo o Papa deliberou oficialmente o
assunto, deram por encerrada a questão. (Mais detalhes sobre este episódio,
acesse a biografia do Papa Santo
Estevão)
Este exemplo, infelizmente, não o
vislumbramos nos dias atuais, onde muitos padres, religiosos e bispos, teimam
em estabelecer modismos, segundo suas convicções pessoais, apelando ao que
chamam de "inculturação" ou "realidades regionais", à revelia das determinações
romanas. Não erramos em afirmar que o Papa Bento XVI carrega no costado um
pesado fardo dentro de seu próprio quintal. Fazemos aqui alusão à suas próprias
palavras proferidas maio de 2010, na Praça de São Pedro: "o verdadeiro inimigo
que precisa ser temido e combatido é o pecado, o mal espiritual, que às vezes,
infelizmente, contagia também os membros da Igreja”.
A lição disso tudo fica também
para nós, católicos leigos. Este portal, composto exclusivamente por leigos,
busca mostrar a verdade nua e crua como ela é. Nossas opiniões pessoais
restringem-se à obediência às determinações romanas. Nosso principal objetivo é
justamente este, o de conscientizar a "união com Pedro". Se não houver em nós a
consciência do poder divino e infalível do Papa, arrumemos as malas, porque
"aguou" o catolicismo por deixarmos prevalecer nossas opiniões e paixões em
detrimento da verdade proferida por Cristo. Ele mesmo estabeleceu a Sua Igreja
sobre rocha firme, sobre a quas as portas do inferno nunca prevalecerão. Se
contestamos os dogmas da Igreja e as deliberações romanas, firmadas pelo Papa,
não acreditamos, por conseguinte nas Palavras do Divino Mestre. Logo, somos
estrelas errantes, homens sem rumo piores que pagãos, consideremo-nos qualquer
coisa, menos católicos.
Há ritos estranhos dentro da
nossa Igreja? Há padres, bispos e religiosos com discursos e atitudes que
ultrapassam os limites da razão? Na minha paróquia, tornou-se uma penitência
ir à Missa aos Domingos pela poluição sonora, visual ou ideológica imposta pelo
pároco? Que faremos nós? Só existe uma resposta para tudo isso, prestem bem a
atenção! : É A ORAÇÃO. É A ORAÇÃO. É A ORAÇÃO, e nada mais do que isso, nada
mais mesmo! Se parte da Igreja está adoecida, a responsabilidade também é
nossa. Estamos rezando pela Igreja, pelas vocações pelos nossos bispos e
sacerdotes? Estamos cumprindo os Mandamentos de Deus e da Igreja? Ou somos
aquele tipo de católicos que saem da Igreja criticando este ou aquele padre,
fomentando sua revolta publicamente a terceiros, aniquilando a possibilidade de
novas conversões?. Não sejamos nós instrumentos do maligno para disseminar aos
gentios o ódio a Igreja de Cristo do qual você se diz pertencer. Há católicos
que pior ainda, invertendo tudo, fazem o jogo do maligno, levando ao bispo
diocesano denúncias relacionadas a este ou aquele padre de sua paróquia, à moda
de futriqueiros que, por questões na maoria das vezes banalíssimas, se dispõe
a recolher firmas em abaixo assinados junto ao bispo, contra um pároco que
eventualmente não atenda às suas opiniões ou à paixões pessoais deste ou daquele
movimento paroquial. As mãos de um católico, por mais santas que sejam, jamais
podem se comparar às de um sacerdote, por pior que ele seja. No universo
inteiro, não se encontram mãos mais poderosas que a de um sacerdote.
Inadmissível utilizar nossas mãos pecadoras, e nela constar assinaturas com
intuito de acusar, denunciar ou buscar banir da nossa paróquia mãos que têm o
poder de consagrar o Corpo e o Sangue de Nosso Senhor Cristo. A desproporção
entre uma coisa e outra revela quão pecamisosa e bárbara é a atitude de quem
fomenta ou participa desse tipo de ação. Mesmo nos casos em que membros do
clero se deixem envolver em ações escandalosas, ou que campeiem o terreno da
heresia, entreguemo-nos confiadamente ao Espírito Santo de Deus, que
providenciará o quando, o como e através de quem irá agir. Não sejamos
temerários! Nossas pernas são demasiadamente fracas para agir por impulso
próprio.
Lembremo-nos, antes de tudo, por
melhor ou por pior que seja um padre, ele é a autoridade máxima dentro de sua
paróquia. Tanto a ele quanto ao bispo, devemos obediência. Mesmo que
contrafeitos por algumas barbaridades que, de fato, existem em nossas paróquias,
devemo-lhes obediência. Não somos juízes dos ministros da Igreja. Da mesma
forma que os maus pastores prestarão contas no dia do Juízo, nós também o
prestaremos. Se algum presbítero da Igreja impôr para nós ordenamento absurdo,
seja quanto à liturgia ou às determinações romanas, obedeçamos ao Papa e
guardemos isso em nosso coração, como fazia Nossa Senhora. Confiemos nossa
Igreja e nossos padres ao Coração materno de Maria Santíssima, EM ORAÇÃO, EM
ORAÇÃO, EM ORAÇÃO. Afinal, efetivamente, acreditamos ou não, que Jesus Cristo
está no leme dessa embarcação divina?
Para finalizar, que nossos
religiosos, sacerdotes e bispos sigam o exemplo de São Cipriano, lançando fora
opiniões pessoais em obediência a Pedro. E que nós também, leigos, sempre com o
olhar voltado para Roma, obedeçamos aos nossos ministros. Pela obediência e pela
oração, alcançaremos a perfeição cristã, como o fizeram nossos santos pastores
da Igreja Primitiva.
* * * * * * * * *
* Referências:
Biografia - Na luz Perpétua, 5ª. ed., Pe. João
Batista Lehmann, Editora Lar Católico - Juiz de Fora - Minas Gerais, 1959.
Nota: Não confundir com
São Cipriano, cognominado o feiticeiro,
martirizado com Santa Justina e cuja comemoração é dez dias depois (26 de
setembto). Para acessar esta biografia, clique aqui

Biografia - Na luz Perpétua, 5ª. ed., Pe. João
Batista Lehmann, Editora Lar Católico - Juiz de Fora - Minas Gerais, 1959.
São Cornélio

Segundo os partidários de Novaciano, Cornélio teria adotado um discurso e postura muito indulgente, boa e compreensiva, para com os desertores da fé católica, os chamados “lapsi”. Para socorrer a postura de Cornélio, um bispo de Catargo, chamado Cipriano, entrou em cena. Este bispo ajudou Cornélio a defender a verdadeira autoridade papal.
Assim, a Igreja viu-se dividida entre duas posturas: os seguidores de Cornélio eram favoráveis a admissão dos cristãos pecadores de volta à Igreja, enquanto os adeptos de Novaciano defendiam a exclusão total dos pecadores.
Porém, pressionado pelo imperador Valeriano, um grande perseguidor dos cristãos, Cornélio, na sua atitude compreensiva e misericordiosa, acabou sendo exilado, onde viveu seus úlitmos dias. Seu único amigo e defensor era Cipriano, que se correspondia com ele, animando-o através de cartas. Esta amizade custou caro a Cipriano, que também foi condenado a morte.
Cornélio morreu em junho de 253, sendo sentenciado ao martírio por daquele imperador, por não aceitar prestar o culto aos deuses pagãos. Foi sepultado no cemitério de São Calixto.
Reflexão:
A igreja é alimentada continuamente pelo Espírito Santo, força que garante a autoridade da Igreja como proclamadora da palavra do Cristo. Mas o lado humano da Igreja as vezes fala mais alto. Discussões, lutas pelo poder, acusações são parte da rica história da nossa Igreja. Hoje, celebrando São Cornélio, nós percebemos que a injustiça acaba destruindo as relações amigaveis na Igreja. Rezemos para que encontremos o melhor caminho de viver a fé e que a Igreja converta-se continuamente ao nome de Jesus.
Oração:
Deus eterno e todo-poderoso, quiseste que São Cornélio governasse todo o vosso povo, servindo-o pela palavra e pelo exemplo. Guardai, por suas preces, os pastores de vossa Igreja e as ovelhas a eles confiadas, guiando-os no caminho da salvação. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso filho, na unidade do Espírito Santo. Amém
Colaboração: Padre Evaldo César de Souza, CSsR
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