
Santa Helena é a Mãe de Constantino Magno.
É a ela que
se deve a Invenção da Verdadeira Cruz.
É uma santa que nos importa, não só pelo fato de ter sido imperatriz, mas
também pelo fato de que é evidente que ela teve, sobre Constantino, uma
influência do tipo daquela que Santa Clotilde teve sobre Clóvis. Constantino, o
primeiro imperador que fez uma promessa para ver se, com o auxílio de Nosso
Senhor Jesus Cristo, venceria o exército de seu opositor. Recebeu a confirmação
dessa promessa, de fato, vencendo. E com isso derrubou a estrutura do Estado
pagão.
Não se pode deixar de reconhecer uma relação de causa e efeito entre isto e o
fato de que esse homem, se até o fim da sua vida não deu provas de ser santo,
entretanto tenha feito esta obra magnífica, não obstante haja muitas objeções a
se fazer a Constantino.
Quando se lembra de Santa Mônica rezando
por Santo Agostinho, e obtendo a conversão dele; quando se lembra de Santa
Clotilde, também inspirando e obtendo a conversão de Clóvis; é impossível não
achar que Santa Helena não inspirou, a fundo, a Constantino. A atitude dele foi,
em grande parte, decorrente da influência que exercia sobre ele.
Não se pode deixar de reconhecer, com muita
alegria, o trabalho feito por ela, para, precisamente, isto: tomar o império,
que era um império pagão, e não só fazer cessar as perseguições, mas fazer com
que o imperador começasse a edificar uma ordem que foi a primeira tentativa para
constituir uma ordem temporal católica. E uma tentativa, por vários
lados, verdadeiramente gloriosa. Não só porque o Edito de Milão dava liberdade
para a Igreja, mas porque o Edito, depois, mandava fechar todos os cultos
pagãos. Realmente, a partir daquele tempo, veio um ideal de unidade imperial
católica, que a Idade Média conservou e de que ela criou, depois, a estrutura do
Sacro Império Romano Alemão.
Santa
Helena Estava na Raiz, Pela sua Mão e Pelo Seu Exemplo, de Inumeráveis
Realizações Gloriosas, de Idéias grandiosas, de Princípios que Repercutiram
Depois, até à Queda do Sacro Império Romano Alemão.
Então, aqueles que lutam pelo ideal do estado da ordem temporal católica, não
podem deixar de ter muita veneração por Santa Helena.Santa Helena rezou para que seu filho, Constantino, com o emblema de Nosso Senhor Jesus Cristo nos seus estandartes, alcançasse a vitória. E depois ela agiu com força para que ele, com a força temporal do Estado, libertasse a Igreja e acabasse com os restos do paganismo. Quer dizer, a atuação e a oração de Santa Helena desencadeou uma ação e realizou o seu fim. A oração dela foi acompanhada de apostolado com o filho. E o filho, até por meios violentos, mas ajudado por Nosso Senhor, conseguiu realizar aquilo que, sem dúvida, sua mãe ardentemente desejava. Então, houve uma espécie de equilíbrio entre a oração e a ação. A oração é realmente o meio mais fecundo do desencadear dos fatos para obtenção daquilo de bom que a pessoa quer.
Por outro lado, foi Santa Helena que
procurou e localizou, mediante prodígios, a verdadeira Cruz. Ela se serviu de
revelações privadas sobre o local, e afinal de contas encontrou a verdadeira
Cruz.
É uma
Glória Imensa, Para Uma Mulher, ao Mesmo Tempo Ser Santa, Ser Mãe do Primeiro
Imperador Cristão e Ser Aquela que Tira das “Entranhas da Terra” a Verdadeira
Cruz, com Todos os Benefícios que Foram Espalhados Pela Terra pela Posse
e pela Presença das Relíquias da Verdadeira Cruz por Toda Parte. Todos esses
Benefícios têm Santa Helena na Sua Origem.
Santa Helena teve, pois, uma grande missão. Ela foi uma mulher que,
verdadeiramente, viveu só para Nosso Senhor. Matrona de alma alta, de horizonte
largo, compreendendo as coisas a partir dos seus aspectos mais sublimes e de
maior alcance. Por causa disso, transformou um Império e deu ao mundo presentes
imensamente grandiosos e valiosos.Sobre Santa Helena, no livro chamado “Fisionomia dos Santos”, há o seguinte comentário:
“Realizadas suas obras, quer dizer, a descoberta da cruz, Santa
Helena deixou Jerusalém, mas a sua viagem toda foi ilustrada pelos seus
benefícios. Por toda parte onde passava levantava uma igreja, socorria os
pobres, consolava os infelizes. A libertação dos cativos parece ter sido uma das
suas obras e uma de suas glórias. Há muita magnificência no caráter de Santa
Helena. A imperatriz tinha as mãos abertas e passava fazendo o bem”.
“Constantino fez à sua mãe uma soberba recepção e tomou para si
uma pequena parcela da cruz, doando à cidade de Roma um fragmento considerável.
Santa Helena quis, em pessoa, levar a Roma o presente de Constantino. A viagem
foi-lhe assinalada por um episódio singular. Ao passar pelo mar Adriático, a
imperatriz ouviu contar os naufrágios horrorosos de que aquele mar era teatro e
a impressão que Helena recebeu foi tão profunda, que ela atirou na água um dos
cravos de Jesus, dos quatro cravos que trazia de Jerusalém. E São Gregório de
Tours, que refere esse incidente no seu livro “Glórias dos Mártires”, acrescenta
que desde aquele dia o mar Adriático mudou de índole e perdeu o seu
furor”.
“Foi a última viagem de Santa Helena e ela morreu em Roma.
Constantino e os príncipes, seus filhos, já proclamados césares, rodeavam o
leito da imperatriz mãe. Ela fez a Constantino suas últimas recomendações. Suas
palavras derradeiras foram para suplicar ao imperador que cuidasse da Igreja e
da justiça. Deu-lhe por fim a derradeira bênção e sua mão estava, quando morreu,
na mão do imperador. Seu corpo, com grande pompa, foi depositado num sepulcro de
pórfiro.
“Santa Helena é uma grande figura histórica. A natureza e a
graça dotaram-na magnificamente. Elevada ao trono do mundo, fez o cristianismo
assentar nesse trono pela primeira vez. Sua beleza, que a fez escolhida de
Constâncio, foi um meio de que Deus se serviu. O seu nome ilustre e venerado
teria marcado talvez o início de uma época memorável, se Constantino tivesse
sido fiel à graça. Ninguém pode saber que mudança teria experimentado o destino
da História, se os pintores tivessem tido também a ocasião de pôr uma auréola
sobre a cabeça de Constantino, se o nome do imperador, como o de sua mãe,
tivesse sido consagrado pela palavra que canoniza”.
A morte dela esteve à altura disso. Pode haver uma coisa mais bonita do que
uma imperatriz morrer rodeada por seus filhos, todos eles já césares, e com a
mão posta na mão do imperador que dela recebera toda a sua glória? Ela morre
recomendando assistência à Santa Igreja Católica! Tudo isso é maravilhoso, tudo
isso parece tirado das iluminuras de algum missal medieval, de tal maneira é
esplêndido.
Agora, todos esses milagres materiais não
são senão analogias com os milagres espirituais e morais. Isto quer dizer que um
prego da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo, posto no fundo de nossa alma,
também apazigua as paixões, elimina as tormentas, dulcifica a vida interior,
dá-lhe ânimo, dá-lhe coragem, torna os piores precipícios de nossa vida
transponíveis sem risco de naufrágio.
O que isso significa concretamente? Significa que um
ato de enlevo, veneração e ternura pela Paixão infinitamente preciosa de Nosso
Senhor Jesus Cristo, um ato de amor por qualquer de Suas dores, desde que vá ao
fundo de nossa alma como aquele cravo foi ao fundo do mar Adriático, tranqüiliza
nossa alma, tira as agitações, torna nossa alma inteiramente orientada para a
santidade, acaba com as apetências desordenadas e imundas, e por essa forma
torna a nossa vida espiritual praticável até o céu, sem risco de naufrágio.
Esse é o lindo símbolo que está posto nesse episódio da vida de Santa
Helena.
Oração
Ó Deus, que concedestes a Santa Helena, mãe de Constantino, Imperador de
Roma, a graça da piedade cristã e das resolutas atividades em prol da Verdade
Histórica da fé, dai-me, a mim também, ser sempre ativo e trabalhador pela causa
do Santo Evangelho.
Santa Helena, Rogai Por Nós
A visão de Santa Helena
Paolo Veronese - Pinacoteca Vaticana

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