Comem. litúrgica -
02 de fevereiro . Também nesta data: São
Feliciano de Roma, Santas Catarina de Ricci e Joana de
Lestonnac.
Ao Rei dos Santos, ao autor de toda a justiça e santidade, a Nosso Senhor e
Salvador Jesus Cristo é dedicado o primeiro dia do novo ano. A Igreja celebra
neste a memória da Circuncisão de Nosso Senhor, mistério que, com
diz São Bernardo, merece nossa admiração e amor. O Evangelho relata o
acontecimento do modo seguinte: “Oito dias depois de nascido, circuncidaram o
menino e deram-lhe o nome de Jesus; nome, que o Anjo já lhe tinha dado antes de
concebido”. Quatrocentos anos antes da promulgação da lei mosaica, Deus tinha
prescrito a circuncisão a Abraão e seus descendentes. Devia ser: 1) o selo da
aliança feita entre Deus e Abraão e seus filhos; 2) a confirmação das promessas
que Deus fizera a Abraão, ao pai dos fiéis; 3) o sinal distintivo dos judeus, no
meio dos infiéis.
A Circuncisão era o
sacramento principal e mais necessário do Antigo Testamento. Era a condição
essencial da incorporação ao Povo eleito de Deus. Há Santos Padres que comparam
com o batismo, reconhecendo nela um símbolo da purificação do pecado original e
da santificação pela graça de Deus. (São Tomás de Aquino).
Jesus Cristo, o
supremo legislador, o Santo dos Santos, descendente de Abraão, não de modo
natural, mas por obra do Espírito Santo, não estava sujeito à lei da
Circuncisão. O desejo de dar-nos um exemplo de humildade e obediência fez com
que se sujeitasse à dura determinação mosaica.
A Circuncisão
desarma a argumentação dos maniqueus e de outros hereges, que negavam em Jesus
Cristo a existência de um corpo real, igual ao nosso.
Revestindo-se a
nossa natureza, seu sofrimento não foi imaginário, mas real, como o de nós
todos. A Circuncisão removeu todas as dificuldades, que os judeus podiam
levantar contra a dignidade de Messias, negando-lhe a filiação de Abraão, da
família do qual, segundo a divina promessa, o Salvador havia de descender. Pelo
seu exemplo veio Jesus Cristo mostrar, que não tinha intenção de abolir, mas
cumprir a antiga lei. Finalmente é a Circuncisão uma prova de amor a nós, uma
revelação do desejo de sofrer por nós. A Circuncisão nos é garantia da salvação,
que Jesus Cristo mais tarde ia realizar e realizou no altar da cruz. Além disto
queria Nosso Senhor dar um exemplo de paciência e humildade aos pecadores,
mostrando-lhes que, sendo o Senhor de todos, se humilha à condição de pecador,
sofrendo na carne inocente as dores mais pungentes. Menino ainda, pelo exemplo,
convida-nos à imitação, como mais tarde nos chama a si, dizendo: “Aprendei de
mim. Eu vos dei um exemplo, para que façais como tenho feito”. (Jô. 13,
15).
São Lucas, que de
todos os evangelistas é o que mais pormenoriza as circunstâncias do nascimento
de Nosso Senhor, quase nada diz sobre a Circuncisão. Não diz o lugar onde a
mesma se realizou, nem menciona a pessoa que a executou. É, entretanto, bem
motivada a opinião de Santo Epifânio e de outros Santos Padres, segundo a qual
Jesus Cristo foi circuncidado no estábulo que o viu nascer e onde recebeu a
visita dos Reis Magos. Da Sagrada Escritura sabemos que a Circuncisão, não sendo
do ofício sacerdotal, de ordinário era praticada pelo pai da criança. Abraão,
que não era sacerdote, circuncidou a Ismael e os filhos dos seus empregados;
Sephora, que era mulher, circuncidou o próprio filho. Assim sendo, é provável
que a Circuncisão de Nosso Senhor tenha sido feita por São José.
Costume era dos
judeus darem à criança o nome por ocasião da Circuncisão. O Arcanjo São Gabriel,
portador da celeste mensagem, anunciara à Maria Santíssima o nome de seu divino
Filho: “Eis que conceberás – disse o Anjo – e dareis à luz um filho, a quem
poreis o nome de Jesus”. Como razão disto, o Anjo acrescentou: “Ele remirá seu
povo dos pecados”.(Mt. 1. 21). O nome de Jesus significa, pois:
Salvador. Outros homens célebres, antes de Jesus Cristo, eram chamados
Salvadores, como Josué, Josedech, Gedeão e Sansão. Eram todos salvadores do seu
povo, mas num sentido mui restrito.
Só a Jesus Cristo,
nascido da Virgem Imaculada, compete o título pleno de Salvador do mundo, que
por Ele foi resgatado, a preço do Seu Divino Sangue.
Entre os Santos
Padres, são principalmente São Bernardo, São Bernardino de Siena e São
Boaventura, que tecem os maiores elogios ao Santíssimo Nome de Jesus,
enaltecendo-lhe o poder e magnificência. São Paulo, em referência a este Santo
Nome, já dissera, que “o Nome de Jesus é acima de todos os nomes;
que ao Nome de Jesus todo joelho se dobre no céu, na terra e nos infernos” (Fil.
2, 9). O próprio Cristo dá-nos uma idéia do poder do seu Nome,
afirmando-nos que alcançaremos do Pai tudo o que lhe pedirmos em seu Nome.
Falando nas grandes obras que serão feitas em virtude de seu Nome, acrescenta:
“Em meu Nome expulsarão demônios, falarão novas línguas, manusearão serpentes e
se beberem alguma coisa mortífera, não lhes fará mal; porão as mãos sobre os
enfermos e sararão”.(Mc. 16, 17-18).
Os Santos tiveram
um grande respeito e profunda veneração ao Santíssimo Nome de Jesus. Era-lhes
conforto nas lutas, consolo nas tribulações, escudo contra os inimigos da alma.
Nas epístolas de São Paulo, mais de duzentas vezes, se encontra o Nome de Jesus.
Os Apóstolos julgaram-se muito honrados, em poderem sofrer alguma coisa por amor
ao Nome do divino Mestre. Santo Estevão antes de exalar o espírito, exclamou
ainda: “ Senhor Jesus, recebei meu espírito !”(At. 7, 58).
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Outros Títulos na mesma data:
Nas cidades de Balneário Arroio do Silva, Laguna, Balneário Barra do Sul, Ouro,
Mondaí, Bombinhas e Navegantes, a devoção à Senhora dos Navegantes é tão
expressiva que, por decreto, foram instituídos feriados nestes municípios
catarinenses.
Destacando-se a cidade de Navegantes que, primitivamente, pertencia à Itajaí,
então habitada por índios carijós. A demarcação de uma sesmaria na praia de
Itajaí deu-se por ordem do Conde Resende, Vice-Rei. Foi em 1795 que José
Ferreira de Mendonça efetuou a demarcação da Real Fazenda. A comunidade de
Navegantes, canonicamente, pertencia à Paróquia do Santíssimo Sacramento de
Itajaí. Em 23 de janeiro de 1896 a "Camara Episcopal de Corytiba" concedia
"licença para que no lado esquerdo do Rio grande de Itajahy se possa erigir uma
capela sob a invocação de Nª Sª dos Navegantes, de S. Sebastião e de S. Amaro".
O Padre Antônio Eising, então Vigário da Paróquia de Itajaí foi quem fez a
solicitação. Recebendo a promulgação oficial, iniciou a construção da Capela,
que ficou pronta em 1907 sendo sua inauguração comemorada com três dias de
festas: 7, 8 e 9 de setembro daquele ano. Navegantes só foi elevado à categoria
de município em 30 de maio de 1962 e, consequentemente a Igreja de Nossa Senhora
dos Navegantes foi elevada a Paróquia. Por ocasião dos festejos comemorativos
aos 25 anos da Paróquia criada, a 19 de julho de 1987, o então Bispo Auxiliar
(hoje Arcebispo Metropolitano) da Arquidiocese de Florianópolis, Dom Murilo
Sebastião Ramos Krieger, fez a dedicação do Altar e da igreja Matriz. Em 1996,
por Decreto da Cúria Metropolitana, a igreja Matriz foi elevada a Santuário
Arquidiocesano, sob a invocação de Santuário de Nossa Senhora dos
Navegantes.
REFLEXÕES
A festa presente, qual ramalhete de flores,
apresenta-nos virtudes de quantidade, cada qual mais bela e encantadora.
É lamentável a ocorrência simultânea, especialmente no Brasil, de festividade
pagã comemorada também no Ano Novo, mediante oferendas, tributos e homenagens à
"Iemanjá", cognominada por umbandistas e macumbeiros como "rainha do mar",
esteja tão arraigada no País como variação da devoção afro-brasileira. Prática
terrível e blasfematória é a comparação dessa figura à Nossa Senhora, Mãe de
Deus e Mãe dos homens. Especialmente quando a devoção foge às raias da cultura
do povo humilde e ignorante, sendo incorporada ao discurso das classes
intelectuais mais elevadas, por motivos meramente políticos e pessoais. Aí sim,
a feição torna-se muito mais perigosa, pois que propalada por pessoas, em tese,
com discernimento religioso mais acentuado. É o que podemos chamar de exploração
intelectual do povo para promoção pessoal. Tanto a estes, quanto aqueles, o
Senhor Adverte nas Escrituras:
"O servo que, havendo
conhecido a vontade do amo, não se preparou, nem agiu conforme essa vontade,
receberá grande número de açoites. Mas, aquele que a desconhece e tiver feito
algo que mereça castigo, levará poucos açoites. Porque, a quem muito se tiver
dado, muito lhe será exigido; quanto mais se confia a alguém, mais dele se
exigirá. (Lc 12, 47-48)
Ainda neste propósito, lembremos que as
Escrituras revelam o sério papel de Maria, tanto no primeiro livro (Gênesis),
quanto no último (Apocalipse):
1. No Gênesis:
"Porei inimizades entre ti e a
mulher, entre a tua descendência e a descendência dela. Ela (própria) te
esmagará a cabeça e tu lhe ferirás o calcanhar." (Gen. 3,15 - diálogo de Deus com a Serpente, a quem Maria foi incumbida de
esmagar a cabeça)
2. No
Apocalipse:
E o dragão, depois que se viu
precitado na terra, começou a perseguir a Mulher que havia dado à luz o filho
varão; E foram dadas, à mulher, duas asas de uma grande águia, para voar
para o deserto, ao lugar do seu retiro, onde é sustentada por um tempo, dois
tempos e metade de um tempo, longe da presença da serpente. Esta lançou da sua
boca, atrás da mulher, água como um rio, para que fosse arrebatada pela
correnteza. Porém, a terra ajudou a mulher, abrindo a sua boca e engoliu o rio
que o dragão tinha vomitado da sua goela. O dragão irou-se contra a mulher e foi
fazer guerra aos outros seus filhos, que guardam os mandamentos de Deus e têm o
testemunho de Jesus Cristo. E ele (o Demônio) deixou-se estar sobre a areia
do mar. (Apoc 12, 13 - 18)
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Para nós
cristãos, não seria tempo de refletir no papel importantíssimo desempenhado por
Maria, no plano da Salvação? Seríamos capazes de nos entregar a divertimentos
profanos à beira da praia, nesta época do ano? Não é verdade que urge aqui um
grande ponto de reflexão para nós? Confundir "Iemanjá" com Nossa Senhora é
sedução, é confusão semeada pelo Maligno! Tudo na mais astuta sutileza,
simplicidade; o convite para "brincar na praia", seja por superstição, devoção
ou somente por farra, como também deixar de ensinar a verdade aos nossos
irmãos, por simples questão de respeito humano, pode acarretar em conseqüência
irremediável: A perdição eterna!
Quem é
católico praticante ou procura encontrar a verdade, ouve os ensinamentos da
Igreja e não se deixa seduzir por cultos ou crendices que podem comprometer a
salvação da alma. Renovemos hoje o nosso
amor e devoção a Maria Santíssima.
Reparemos, porém, uma coisa: A devoção à Santíssima Virgem requer antes de tudo a imitação das virtudes da Mãe
de Deus. Pouco adianta dizer-se devoto
de Maria Santíssima quando no coração reina o espírito mundano, a vaidade, o
orgulho, a impureza. O verdadeiro
devoto de Maria Santíssima ama o que Ela ama: Deus e a virtude; e odeia o que Ela odeia: O pecado
e tudo o que a ele conduz.
“Ó Maria concebida, sem pecado. Rogai por nós, que recorremos a vós.”
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Oração à Nossa Senhora dos Navegantes
Ó Nossa Senhora
dos Navegantes, Santíssima Filha de Deus, criador do céu, da terra, dos rios,
lagos e mares; protegei-me em todas as minhas viagens.
Que ventos,
tempestades, borrascas, raios e ressacas não pertubem a minha embarcação e que
nenhuma criatura nem incidentes imprevistos causem alteração e atraso na minha
viagem ou me desviem da rota traçada.
Virgem Maria,
Senhora dos Navegantes, minha vida é a travessia de um mar furioso. As tentações, os fracassos e as desilusões
são ondas impetuosas que ameaçam afundar minha frágil embarcação no abismo do
desânimo e do desespero.
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